Dom Orani Tempesta

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<p>Segundo Consistório do Papa Francisco</p><p>&nbsp;</p>
Publicado em: 23/01/2015 - 13:45
Créditos: Por Cardeal Orani João Tempesta – Arcebispo de São Sebastião do Rio de Janeiro (RJ)

Antes da Trezena de São Sebastião, no primeiro domingo do novo ano civil, durante o Angelus, o Papa Francisco anunciou, no Domingo em que no Brasil se celebra a Solenidade da Epifania do Senhor, a criação de 20 novos Cardeais, 15 eleitores e 5 não eleitores. O Consistório extraordinário público será realizado no dia 14 de fevereiro vindouro. Na verdade, os 15 novos Cardeais eleitores são provenientes de 14 diferentes países, enquanto os cinco não eleitores provêm de cinco países, inclusive Moçambique. Dos vinte cardeais eleitos três são de língua portuguesa.

Do mesmo modo que aconteceu em 2014, no primeiro consistório do seu pontificado, Francisco reforça, segundo o porta-voz da Santa Sé, a presença das “periferias” da Igreja Católica no Colégio Cardinalício.

“No próximo dia 14 de fevereiro terei a alegria de realizar um consistório, durante o qual vou nomear 15 novos cardeais, os quais, provenientes de 14 nações de todos os continentes, manifestam o laço inquebrantável entre a Igreja de Roma e as Igrejas particulares presentes no mundo”, disse o Papa, após a recitação da oração do Angelus, perante milhares de pessoas reunidas na Praça de São Pedro.

Dos novos cardeais, apenas um integra a Cúria Romana: Dom Dominique Mamberti, antigo Secretário do Vaticano para as Relações com os Estados e atual Prefeito do Supremo Tribunal da Assinatura Apostólica.

O Patriarca de Lisboa, Dom Manuel Clemente, foi o segundo nome a ser anunciado e um dos quatro prelados de dioceses europeias, somando-se a Dom Ricardo Blázquez Pérez, arcebispo de Valladolid (Espanha) e aos italianos Dom Francesco Montenegro, arcebispo de Agrigento (responsável pelo território de Lampedusa), e Dom Edoardo Menichelli, arcebispo de Ancona.

A lista inclui os arcebispos Dom Berhaneyesus Demerew Souraphiel, Arcebispo-Mor de Adis Abeba, do Rito Etiópe (Etiópia); Dom John Atcherley Dew, de Wellington (Nova Zelândia); Dom Pierre Nguyên Van Nhon, de Hanói (Vietnã); Dom Alberto Suárez Inda, de Morelia (México); Dom Charles Maung Bo, de Rangum (Mianmar); Dom Francis Xavier Kriengsak Kovithavanij, de Bancoque (Tailândia); Dom Daniel Fernando Sturla Berhouet, de Montevideo (Uruguai).

O Papa vai ainda criar cardeais os bispos Dom José Luis Lacunza Maestrojuán, de David (Panamá); Dom Arlindo Gomes Furtado, de Santiago de Cabo Verde; e Dom Soane Patita Paini Mafi, de Tonga, que aos 53 anos será o mais jovem membro do Colégio Cardinalício.

Além dos 15 eleitores, Francisco decidiu criar cinco cardeais com mais de 80 anos de idade, reconhecendo “a sua caridade pastoral no serviço à Santa Sé e à Igreja”: Dom José de Jesús Pimiento Rodríguez, arcebispo emérito de Manizales (Colômbia); Dom Luigi De Magistris, italiano, pró-penitenciário-mor emérito; Dom Karl-Joseph Rauber, alemão, antigo núncio apostólico; Dom Luis Héctor Villalba, arcebispo emérito de Tucumán (Argentina) e Dom Júlio Duarte Langa, bispo emérito de Xai-Xai (Moçambique).

Francisco pediu orações para que os novos cardeais, “renovando o seu amor a Cristo, sejam testemunhas do seu Evangelho na cidade de Roma e no mundo” e, com a sua experiência pastoral, o apoiem na sua missão.

Neste momento, há 110 cardeais eleitores, número que vai subir para 125 após o consistório de fevereiro, 31 dos quais criados pelo Papa Francisco.

A partir do próximo consistório – reunião de cardeais para debater assuntos importantes da vida da Igreja, convocada pelo Papa – a distribuição geográfica dos cardeais eleitores será a seguinte: Europa – 57; América – 36 (17 do Norte e 19 latino-americanos); África – 15; Ásia – 14; Oceania – 3. Até o final deste ano 2015, quatro cardeais vão completar 80 anos de idade.

O porta-voz do Vaticano emitiu uma nota na qual explica que o Pontífice argentino não se sente “vinculado” à tradição das “sedes cardinalícias”, motivadas por razões históricas em diversos países: “Vemos a presença de países que nunca tiveram um cardeal (Cabo Verde, Tonga, Mianmar), de pequenas comunidades eclesiais ou em situação de minoria”, afirmou. Nesse contexto, explica o padre Federico Lombardi, insere-se a escolha de Dom Arlindo Gomes Furtado, bispo de uma das “mais antigas dioceses africanas”.

Estaremos todos os Padres Cardeais em Roma, de 11 a 14 de fevereiro, para o Consistório Extraordinário Público. Como gosta de repetir sempre o Papa Francisco: “rezem por mim”! Eu diria, também: rezem por nós para que a catolicidade da Igreja se manifeste neste momento da história da Igreja.