A caminho da Jornada Mundial da Juventude

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Em clima de JMJ, a cidade polonesa de Cracóvia já se prepara para acolher 2,5 milhões de peregrinos
Publicado em: 04/09/2015 - 13:00
Créditos: Jornal O SÃO PAULO - Edição 3067

Por Filipe Domingues

Começou a contagem regressiva para a Jornada Mundial da Juventude de 2016. Literalmente. Quando O SÃO PAULO esteve em Cracóvia, no fim de julho, faltavam 362 dias, três horas, 43 minutos e 49 segundos para a abertura do evento, que reunirá na Polônia jovens católicos do mundo inteiro juntos ao Papa.

Um painel eletrônico tinha acabado de ser instalado na fachada da Basílica de Santa Maria, na praça principal da cidade Rynek Główny. Bandeiras coloridas com o símbolo polonês da JMJ foram espalhadas pela praça, criando o clima de que a JMJ já está para começar. Barracas de divulgação do evento foram instaladas e jovens voluntários caminham pelos principais santuários da Polônia, como o de Czestochowa. O Santuário é parada obrigatória para todo peregrino no país: ali está a imagem milagrosa da Nossa Senhora Negra, chamada “rainha da Polônia”.

A divulgação da JMJ se intensificou exatamente um ano antes do seu início. Na oração do Ângelus de 26 de julho, o Papa Francisco inaugurou pessoalmente as inscrições, num tablet. “Aí está! Acabo de me inscrever como peregrino neste dispositivo eletrônico”, disse, convidando os jovens do mundo inteiro a fazerem o mesmo. A estratégia teve efeito. Em apenas duas semanas, mais de 200 mil se cadastraram pelo site www.krakow2016.com/pt/.

Para receber os 2,5 milhões de peregrinos esperados para a JMJ, a organização e o governo local estão preparando dois grandes espaços abertos. O primeiro está no parque de Błonia, uma área de 48 hectares, no centro de Cracóvia. O outro, onde será a missa final, é uma área cinco vezes maior, na zona industrial que fica entre Cracóvia e Wieliczka. A região é famosa por sua enorme (extração ou mineração) de sal, reconhecido patrimônio da humanidade.

Uma JMJ europeia

O responsável pelo setor Comunicação do Comitê Organizador da JMJ, o padre salesiano polonês Adam Parszywka, falou com a reportagem sobre os preparativos para a Jornada. Segundo ele, espera-se uma JMJ com grande presença de jovens europeus, assim como a do Brasil recebeu muitos sul-americanos. “Prevemos que a maioria dos peregrinos seja de poloneses, porque estão em casa. O segundo país mais numeroso deve ser a Itália”, disse. Estima-se que até 900 mil jovens poloneses e 120 mil italianos sejam inscritos.

O Padre Adam ainda não soube estimar quantos brasileiros atravessarão o oceano para participar da JMJ, mas aguarda uma presença significativa. “Dois anos atrás, os brasileiros foram aqueles que acolheram a gente. Agora, estão aqui para ajudar os poloneses. Também se sentem donos dessa festa espiritual da Igreja”. Esses números por nação consideram os peregrinos inscritos, mas muitos viajam por conta própria. “Como são jovens, os participantes agem espontaneamente. Muitos não fazem inscrição, vão chegar na hora. Pegam o carro, se colocam em grupinhos, chamam os outros e chegam”, brincou.

Importância da inscrição

O ideal, especialmente para os grupos numerosos, é que se inscrevam junto à organização e informem o setor de logística do Comitê sobre os lugares que planejam visitar. Os santuários poloneses, como o de Czestochowa e o da Divina Misericórdia, são relativamente pequenos e é impossível entrar muita gente ao mesmo tempo. Padre Adam afirmou que a organização pretende privilegiar as visitas dos estrangeiros durante a JMJ. “Os poloneses podem vir quando quiserem. Quem vem da Austrália, do Brasil, muitas vezes virá só uma vez na vida. É preciso ter a oportunidade de rezar lá.”

Além disso, viajantes inscritos têm direito ao kit do peregrino (mochila, livros, objetos religiosos) e podem incluir alimentação e hospedagem no pacote. Muitos terão de ser alojados em cidades próximas a Cracóvia, que possui somente 800 mil habitantes, menos da metade do que se espera receber durante a Jornada. No entanto, Padre Adam garante que os inscritos não terão de viajar mais de uma hora para chegar aos eventos principais. “Para Cracóvia, tudo isso será uma aventura muito grande! A cidade não é tão grande como as cidades do Brasil”, declarou o Sacerdote.