‘A beleza do caminhar juntos’

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20/06/2018 - 10:30

O sínodo arquidiocesano de São Paulo está provocando um reencantamento eclesial, na medida em que as comunidades paroquiais, cada uma do seu jeito, estão correspondendo à interpelação do Espírito Santo e entrando na “dinâmica metodológica” do Ver, Escutar, Dialogar, Discernir e Propor novos caminhos, a fim de que elas sejam, cada vez mais, sinais visíveis de que “Deus habita esta Cidade”.

Acima usei a expressão “reencantamento eclesial”, pois é o que o Espírito Santo pede à Igreja no tempo presente – reencanta-te Igreja, reencanta-te comunidade paroquial, reencanta-te fiel cristão(ã); toma para ti o vigor da “Alegria do Evangelho” e coloque-se em “saída” da própria comodidade e, com coragem, chegues a todas as periferias que precisam da luz do Evangelho (refletir a EG,20). 

No caminho do reencantamento, a partir da “Alegria do Evangelho” e da “pertença” ao Povo de Deus, Igreja do Senhor, cada cristão, cada comunidade começa a descrever os problemas, as situações e atitudes contrárias à Evangelização e, também, coloca-se em discernimento sobre “qual o caminho que o Senhor espera que se percorra”. 

Essa dinâmica desperta-nos a consciência já para algumas urgências eclesiais às quais somos exortados a superar. 

 A primeira urgência é a necessidade de recuperar a nossa capacidade de “mobilização” e de “participação” na vida da paróquia, da Região Episcopal e da Arquidiocese inteira. É certo que, nesse sentido, a realidade da cidade dificulta muito a potencialidade de tal capacidade, mas temos que encontrar novos métodos que facilitem o “estar juntos” para partilhar as dificuldades que encontramos, planejar bem os passos que devemos dar para melhor evangelizar, para celebrar com intensidade os sacramentos e crescer em sabedoria cristã através de uma permanente formação bíblico-catequética-pastoral para todos os membros da comunidade paroquial. 

A segunda urgência é a da “organicidade” da nossa ação pastoral evangelizadora em todas as suas dimensões. Para tal, precisamos colocar em prática o que chamamos de Pastoral de Conjunto. O Sínodo arquidiocesano exorta-nos ao caminho de Comunhão, e a imagem da Igreja como Corpo de Cristo leva-nos à necessidade de repensar o nosso agir eclesial neste sentido. 

Por fim, o que precisamos é sentir a Beleza do “caminhar juntos” e ser dóceis ao Espírito Santo, para que produzamos em nós frutos de conversão e, assim, perseveremos no amor e na caridade para com os mais pobres e busquemos, com coragem, novos métodos de anunciar e viver o Evangelho na nossa cidade.