Presidência do Celam manifesta preocupação com incêndios na região amazônica

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‘O que acontece com a Amazônia não é apenas uma questão local, mas de alcance global’, consta em um dos trechos da nota publicada nesta quinta-feira, dia 22
Publicado em: 22/08/2019 - 17:30
Créditos: Redação

Os incêndios que especialmente nos últimos dias têm consumido parte da vegtação natural da Amazônia são causa de preocupação para a Presidência do Conselho Episcopal Latino-Americano (Celam), que emitiu uma nota a respeito nesta quinta-feira, 22.

Com o título “Levantamos nossa voz pela Amazônia”, a nota é assinada pelos membros da Presidência do Celam:  Monsenhor Héctor Miguel Cabrejos Vidarte (Presidente),  Cardeal Odilo Pedro Scherer (Primeiro Vice-Presidente), Cardeal Leopoldo José Brenes (Segundo Vice-Presidente), Monsenhor Rogelio Cabrera López (Presidente do Conselho de Assuntos Econômicos) e Monsenhor Juan Carlos Cárdenas Toro (Secretário Geral).

Reproduzimos a seguir a íntegra da nota, em Português e em Língua Espanhola.

LEVANTAMOS NOSSA VOZ PELA AMAZÔNIA

Conscientes dos terríveis incêndios que consomem grandes proporções da flora e fauna do Alasca, Groenlândia, Sibéria, Ilhas Canárias, e, particularmente, na Amazônia, nós, bispos da América Latina e Caribe, queremos expressar nossa preocupação com a gravidade dessa tragédia que não só é de impacto local, nem mesmo regional, mas de proporções planetárias.

A esperança pela proximidade do Sínodo Amazônico, convocado pelo Papa Francisco, está manchada pela dor dessa tragédia natural. Aos irmãos povos indígenas que habitam este amado território, expressamos toda a nossa proximidade  e nos unimos às suas vozes para gritar ao mundo por solidariedade e por atenção imediata para acabar com essa devastação.

O Instrumento de Trabalho do Sínodo já adverte profeticamente: "Na floresta amazônica, de vital importância para o planeta, uma crise profunda foi desencadeada por uma prolongada intervenção humana, onde predomina uma ‘cultura do descarte’ (LS 16) e mentalidade extrativista. A Amazônia é uma região de rica biodiversidade, multiétnica, multicultural e multirreligiosa, espelho de toda a humanidade que, em defesa da vida, exige mudanças estruturais e pessoais de todos os seres humanos, Estados e da Igreja. Essa realidade vai além do campo estritamente eclesiástico da Amazônia, porque se concentra na Igreja universal e também no futuro de todo o planeta” (Instrumentum laboris para o Sínodo da Amazônia, preâmbulo).

É urgente que os governos dos países amazônicos, especialmente Brasil e Bolívia, as Nações Unidas e a Comunidade Internacional adotem medidas sérias para salvar os pulmões do mundo. O que acontece com a Amazônia não é apenas uma questão local, mas de alcance global. Se a Amazônia sofre, o mundo sofre.

Lembrando as palavras do Papa Francisco, gostaríamos de “pedir, por favor, a todos os que ocupam posições de responsabilidade no campo econômico, político e social, todos os homens e mulheres de boa vontade: [que] sejamos guardiões da criação, do desígnio de Deus inscrito na natureza, guardiães do outro, do meio ambiente; não deixemos que. os sinais de destruição e morte acompanhem o caminho deste nosso mundo” (Homilia do início do ministério Petrino, 19 de março de 2013)

Monsenhor Héctor Miguel Cabrejos Vidarte, OFM

Arcebispo de Trujilo, Peru - Presidente do Celam

Cardeal Odilo Pedro Scherer

Arcebispo de São Paulo, Brasil – Primeiro Vice-Presidente do Celam

Cardeal Leopoldo José Brenes

Arcebispo de Managuaá, Nicarágua – Segundo Vice-Presidente do Celam

Monsenhor Rogelio Cabrera López

Arcebispo de Monterrey, México - Presidente do Conselho de Assuntos Econômicos do Celam

Monsenhor Juan Carlos Cárdenas Toro

Bispo Auxiliar de Cali, Colômbia - Secretário Geral do Celam

 

EM LÍNGUA ESPANHOLA

LEVANTAMOS LA VOZ POR EL AMAZONAS

Enterados de los terribles incendios que consumen grandes porciones de la flora y fauna en Alaska, Groenlandia, Siberia, Islas Canarias, y de manera particular de la Amazonía, los Obispos de América Latina y El Caribe queremos manifestar nuestra preocupación por la gravedad de esta tragedia que no solo es de impacto local, ni siquiera regional sino de proporciones planetarias.

La esperanza por la cercanía del sínodo Amazónico, convocado por el Papa Francisco, se ve ahora empañada por el dolor de esta tragedia natural. A los hermanos pueblos indígenas que habitan este amado territorio, les expresamos toda nuestra cercanía y unimos nuestra voz a la suya para gritar ai mundo por la solidaridad y la pronta atención para detener esta devastación.

Ya el Instrumento de trabajo del sínodo advierte proféticamente: “En la selva amazónica, de vital importancia para el planeta, se desencadenó una profunda crisis por causa de una prolongada intervención humana, donde predomina una ‘cultura del descarte’ (LS 16) y una mentalidad extractivista. La Amazonia es una región con una rica biodiversidad, es multiétnica, pluricultural y plurirreligiosa, un espejo de toda la humanidad que, en defensa de la vida, exige cambios estructurales y personales de todos los seres humanos, de los Estados y de la Iglesia. Esta realidad supera el ámbito estrictamente eclesial amazónico, porque se enfoca en la Iglesia universal y también al futuro de todo el planeta” (Instrumentum laboris para el sínodo de la Amazonia, preámbulo).

Urgimos a los gobiernos de los países amazónicos, especialmente de Brasil y Bolivia, a las Naciones Unidas y a la comunidad internacional a tomar serias medidas para salvar ai pulmón del mundo. Lo que le pasa ai Amazonas no es un asunto solo local sino de alcance global. Si el Amazonas sufre, el mundo sufre.

Recordando las palabras del Papa Francisco, quisiéramos “pedir, por favor, a todos los que ocupan puestos de responsabilidad en el ámbito económico, político, social, a todos los hombres y mujeres de Buena voluntad: [que] seamos custodios de la creación, del designio de Dios inscrito en la naturaleza, guardianes del otro, del medio ambiente; no dejemos que los signos de destrucción y de muerte acompaíien el camino de este mundo nuestro” (Homilía del inicio del ministerio Petrino, Marzo 19, 2013).