PUC-SP oferece formação cristã para mediadores e conciliadores sociais

A A
<p>O diferencial deste curso de extensão cultural é que possibilita aos formados a possibilidade de exercer a função de mediadores sociais .</p>
Publicado em: 15/12/2014 - 16:15
Créditos: Reportagem


Fernando Geronazzo

 

Uma iniciativa pioneira da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), por meio da Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção e Coordenadoria Geral de Especialização, Aperfeiçoamento e Extensão (Cogeae), em parceria com Associação Brasileira do Empresário Cristão, com a Cáritas Brasileira e a Pastoral Mundo do Trabalho, formou na última quinta-feira, 11, a primeira turma do Curso Capacitação de Conciliadores e Mediadores Sociais.

O diferencial deste curso de extensão cultural é que possibilita aos formados a possibilidade de exercer a função de mediadores sociais junto aos órgãos públicos do judiciário, à comunidade e no âmbito privado.  “Os estudantes foram preparados para atuar nas paróquias e nas obras sociais ligadas à Igreja. Por isso, seu conteúdo programático tem como base a Doutrina Social da Igreja”, explicou o Padre José Bizon, coordenador do curso.

O diploma recebido pelos 47 alunos habilita-os também para atuar no Tribunal de Justiça, onde tiveram a oportunidade de fazer um estágio, além das 60 horas de curso.  “Vocês são pioneiros de uma iniciativa muito valiosa e serão multiplicadores da conciliação”, disse aos formandos a desembargadora Maria Cristina Zucchi, que também coordenada o curso, com o apoio da empresa DIALOG Soluções Adequadas de Conflitos.

Referencial cristão

 

Em nome do arcebispo de São Paulo, Cardeal Odilo Pedro Scherer – um dos incentivadores do curso –,  o bispo auxiliar da Arquidiocese e vigário episcopal para a Educação e a Universidade, Dom Carlos Lema Garcia, parabenizou a iniciativa e ressaltou a contribuição desses profissionais para a sociedade. “Penso que é algo muito necessário e exemplar no mundo de hoje. É um benefício de grande valor social facilitar a conciliação, mas também eu penso que no nosso mundo é importante, porque é um testemunho genuinamente cristão, está na essência do cristianismo, a regra de ouro  do Cristianismo é amar a Deus sobre todas as  coisas e ao próximo como a si mesmo. Está no âmago do cristianismo a doação e o ato mais generoso de doação que é perdoar. É um ato exemplar, porque também é renúncia à retaliação, à vingança... Não se chega à paz no mundo porque não há perdão”, disse.

O professor Lafayette Pozzoli, chefe de gabinete da PUC-SP, em nome da reitora, Ana Maria Marques Cintra, salientou que o trabalho de mediação é algo que tem que ser muito incentivado. “Hoje, o poder judiciário brasileiro tem mais de 100 milhões de processos, por isso, o Conselho Nacional de Justiça incentivou a todo o poder judiciário trabalhar  a mediação e criou a Semana Nacional da Mediação”, disse, enfatizando, ainda, que esse curso precisa ter continuidade e precisase estender, “ir além das fronteiras da Arquidiocese”.

Responsabilidade

 

Para o economista Wilson Alcântara, um dos formandos, destacou o fato de o curso preparar mediadores e conciliadores sociais. “O complemento usado, a palavra ‘social’, nos dá um grau enorme de responsabilidade quando formos desempenhar o papel de conciliador e mediador. O curso nos fez parar para pensar em litígio, conciliação, conflito, mediação, arbitragem na nossa sociedade. Todos esses conceitos agregaram valores em nossas vidas pessoais e profissionais. Quantos casos humanos cada um de nós pudemos testemunhar durante nossos estágios”, disse.

Afonsina Gomes Araújo Silva é assistente social na Cáritas da Diocese de Guarulhos também ficou muito entusiasmada com o curso. “Na minha profissão, nos deparamos com muitos conflitos e esse curso me ajudou muito a aprender a lidar com essas situações”. Ela afirmou que pretende se colocar à disposição da faculdade onde fez estágio para continuar atuando como conciliadora e mediador assim como na própria Cáritas. “Na verdade, eu já tenho colocado muitos conceitos em prática, pois não dá mais para ser a mesma pessoa depois desse curso. Até em casa percebemos a mudança nas atitudes diante de possíveis conflitos”, afirmou.

Está prevista a abertura de uma segunda turma do curso para 2015. Em breve o edital será publicado.