Missa com Papa reúne 6 milhões nas Filipinas

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<p>O trânsito foi fechado em todas as estradas que levam ao local.</p>
Publicado em: 21/01/2015 - 14:00
Créditos: Redação com Rádio Vaticano

Cerca de 6 milhões de pessoas participaram da missa de encerramento da visita do Papa Francisco às Filipinas neste domingo, 18. A chuva intensa que caia na capital filipina não impediu a concentração dos fiéis no parque Rizal de Manila.  De acordo com o Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Padre Federico Lombardi, esse número bate o recorde de eventos com pontífices.

A região próxima ao grande altar da gigantesca esplanada do parque , que se estende por cerca de 60 hectares, estava já praticamente ocupada de manhã, pois muitos dos fiéis aguardavam desde a noite de sábado, 17, e passaram a noite ali para assegurar um lugar. O trânsito foi fechado em todas as estradas que levam ao local.

Chegando ao local com o papamóvel, o Pontífice foi recebido por uma multidão de fiéis que agitavam bandeirinhas filipinas e do Vaticano e seguravam fotos e imagens para serem abençoadas. A música difundida em alto-falantes deu um tom festivo ao evento. Um coro de mil membros e uma orquestra de 120 músicos animaram as duas horas da cerimônia, em que foram utilizados vários idiomas regionais, refletindo a diversidade cultural do país.

Senhor Deus-Menino

A homilia desta missa começou com a referência ao domingo ‘do Senhor Deus-Menino’, mais antiga e popular devoção das Filipinas, ele que recorda a todos nós que somos filhos de Deus, membros da família de Deus, irmãos e irmãs em Cristo. “Vimos uma belíssima expressão disto quando os filipinos se uniram em torno dos nossos irmãos e irmãs atingidos pelo tufão”, disse.

Francisco se dirigiu aos fiéis do maior país católico na Ásia lembrando-lhes que têm uma vocação especial: são chamados a ser exímios missionários da fé na Ásia. E chamou todos a uma responsabilidade, a de sermos testemunhas de Deus da sua verdade e da sua justiça:

A atenção ao meio ambiente

“Deus criou o mundo como um jardim esplêndido e pediu-nos para cuidar dele. Todavia, com o pecado, o homem desfigurou aquela beleza natural; pelo pecado, o homem destruiu também a unidade e a beleza da nossa família humana, criando estruturas sociais que perpetuam a pobreza, a ignorância e a corrupção”.
O Papa apontou ainda outro perigo: a mentira, cujo pai é o diabo.

“Muitas vezes, ele esconde as suas insídias por detrás da aparência da sofisticação, do fascínio de ser «moderno», de ser «como todos os outros». Ele nos distrai com a vista de prazeres efémeros e passatempos superficiais. Desta forma, desperdiçamos os dons recebidos de Deus, entretendo-nos com apetrechos fúteis; gastamos o nosso dinheiro em jogos de azar e na bebida; fechamo-nos em nós mesmos. Esquecemos de nos centrar nas coisas que realmente contam. Esquecemo-nos de permanecer interiormente como crianças”.

Família

Voltando ao «Santo Niño» (Deus menino), Francisco recordou que nossa identidade deve ser protegida. “É importante proteger as nossas famílias e a família mais ampla que é a Igreja, a família de Deus, e o mundo, a nossa família humana”.

“Assim como no Evangelho, Jesus acolhe as crianças, abraça-as e abençoa-as, também nós temos o dever de proteger, guiar e encorajar os nossos jovens, e a necessidade de ver cada criança como um dom que deve ser acolhido, amado e protegido. E devemos cuidar dos jovens, não permitindo que lhes seja roubada a esperança e sejam condenados a viver pela estrada”, completou.

Enfim, o Pontífice se despediu dizendo que no final da sua visita às Filipinas, entrega seu povo a Jesus, que veio estar entre nós como criança: “Que Ele torne todo o amado povo deste país capaz de trabalhar unido, de se proteger mutuamente a começar pelas vossas famílias e comunidades, na construção de um mundo de justiça, integridade e paz".

O Papa Francisco embarcou de volta  para Roma na manhã desta segunda-feira, 19. Foram sete dias nessa sétima viagem apostólica internacional, que começou dia 12, no Siri Lanka.