Cardeal Damasceno destaca clima de diálogo e tranquilidade no Sínodo

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<p>Cardeal Damasceno afirmou que os trabalhos dos padres sinodais estão correndo normalmente, “em um clima de diálogo e tranquilidade``.</p>
Publicado em: 09/10/2014 - 15:15
Créditos: Redação com Rádio Vaticano


O Cardeal Raymundo Damasceno Assis, arcebispo de Aparecida (SP) e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que na III Assembleia Extraordinária do Sínodo dos Bispos é um dos três presidentes-delegados, afirmou que os trabalhos dos padres sinodais estão correndo normalmente, “em um clima de diálogo e tranquilidade no qual cada um expressa seu ponto de vista de acordo com as realidades que cada um vive”.

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Ao falar para o Programa Brasileiro da Rádio Vaticano sobre os assuntos debatidos nas sessões da quarta-feira, 8,  Dom Damasceno afirmou que lhe chamou a atenção a unanimidade no Sínodo quanto à indissolubilidade do sacramento matrimônio. “É uma verdade que está fundamentada no Evangelho e em toda a Tradição da Igreja, de modo que, no Sínodo, nós não estamos discutindo sobre a indissolubilidade do matrimônio (...). Para nós, é um ponto firme, claro, sobre o qual não se abre mão”.

Por outro lado, Dom Damasceno destacou a realidade dos casais que não conseguiram realizar seu projeto de vida em uma primeira união matrimonial e partiram para uma nova união conjugal. “A Igreja, é claro, tem de ter um olhar de compreensão para todos os dramas que hoje vivem muitos casais no mundo inteiro”, afirmou o Cardeal, sublinhando que a Igreja não tem como estabelecer uma norma geral para todos esses casos, com relação, por exemplo, à admissão aos sacramentos da Penitência e da Eucaristia, mas “é importante olhar caso por caso e, muitas vezes, encontrar um caminho que possa levar a paz a esses casais”.

O Presidente da CNBB salientou que com relação ao âmbito pastoral sobre como tratar os chamados “casos especiais”, pode haver posições diferentes entre os padres sinodais, mas enfatizou que todos estão de acordo que a Igreja deve ter uma postura de misericórdia e acolhimento a essas pessoas, embora haja posições divergentes com relação ao acesso aos sacramentos. “São casos realmente dolorosos, difíceis e que para os quais a Igreja também tem que encontrar um caminho”. 

Dom Damasceno também esclareceu as notícias veiculadas por meios de comunicação brasileiros de que ele teria pedido que Igreja se abra para temas como a homossexualidade ou as uniões entre pessoas do mesmo sexo, quando, em seu discurso na abertura de uma das sessões, disse que não está em causa um “olhar legalista” sobre temas como o divórcio ou a homossexualidade, mas fazer que a Igreja “seja a casa paterna onde há lugar para cada um, com a sua vida”.

“Este tema da homossexualidade eu não tratei na minha introdução aos temas das duas congregações gerais do Sínodo no dia de ontem”, explicou Dom Damasceno, que acrescentou:

“É claro que a Igreja não faz discriminação de pessoas. Nós sabemos que em muitos países, esta união entre pessoas do mesmo sexo é vista como uma união estável, onde as pessoas gozam dos direitos que lhes são próprios. Mas a Igreja não equipara, evidentemente, esta união estável ao matrimônio, ao casamento, como a Igreja o entende”.