Arquidiocese celebra Nossa Senhora de Guadalupe

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<p>A imagem de Nossa Senhora de Guadalupe foi acolhida antes da celebração, acompanhada de flores, incenso e as bandeiras de países da América Latina.&nbsp;</p>
Publicado em: 12/12/2014 - 16:00
Créditos: Reportagem

Por Fernando Geronazzo

 

A Arquidiocese de São Paulo celebrou com toda a Igreja a Festa de Nossa Senhora de Guadalupe, padroeira da América Latina, com missa na Catedral da Sé nesta sexta-feira, 12. A celebração que reuniu inúmeros fiéis de países latino-americanos, foi presidida pelo arcebispo metropolitano, Cardeal Odilo Pedro Scherer, e concelebrada por vários sacerdotes, entre eles, Monsenhor Eduardo Vieira dos Santos, atual cura da Catedral e nomeado bispo auxiliar de São Paulo pelo Papa Francisco na última quarta-feira, 10.

A imagem de Nossa Senhora de Guadalupe foi acolhida antes da celebração, acompanhada de flores, incenso e as bandeiras de países da América Latina. Também não faltou o som dos mariachi, grupo de músicos tradicional no México.

Na homilia, Dom Odilo recordou a história da aparição da Virgem de Guadalupe e ressaltou que Maria apareceu ao índio Juan Diego como a mãe do Deus verdadeiro, Jesus Cristo”. “Nossa Senhora se apresenta, em primeiro lugar, como a mãe do Salvador, mãe do Filho de Deus em quem nós cremos, e que por meio dela veio ao mundo”.

O Cardeal recordou, ainda, que a Virgem de Guadalupe ajudou o povo mexicano e de outros países, sobretudo, da América Central, a enfrentarem muitas crises, a manifestarem e a perseverarem da fé.

“Hoje, lembrando Nossa Senhora de Guadalupe, lembramos também as muitas necessidades que o nosso povo latino-americano, sejam sem seus países ou sejam aqui em São Paulo, cidade que recebe tantos imigrantes da América Latina”, salientou o Arcebispo, chamando a atenção para as muitas situações de dificuldades pelas quais os imigrantes passam, como a exploração e a série de injustiças que chegam a sofrer.

Por fim, em nome da Igreja de São Paulo, Dom Odilo manifestou a acolhida aos latinos. “Não se sintam estranhos. A mesma Igreja Católica aqui, é aquela que vocês têm em seus países de origem e, portanto, é a mesma casa, mesma família. Sintam-se sempre em casa em nossas paróquias”, disse, pedindo, ainda, que ajudem a difundir a devoção a Nossa Senhora de Guadalupe.

Com um grupo de padres da Congregação dos Legionários de Cristo, o mexicano Padre Alejandro de La Garza acompanha o Movimento da Virgem Peregrina da Família, que como o próprio nome diz, consiste na peregrinação de capelinhas da Virgem de Guadalupe nas casas.

Ele explicou que, embora a devoção à Nossa Senhora seja bastante forte em todo o Brasil, ainda é preciso tornar mais conhecida a história da aparição de Guadalupe. “Sua aparição foi a primeira que aconteceu no mundo, antes de Lurdes e Fátima”.

[ANSA]

Papa: ‘América Latina é o continente da esperança’

 

Na Basílica de São Pedro, no Vaticano, o Papa Francisco presidiu um celebração eucarística pela Festa de Nossa Senhora de Guadalupe. Celebrada em espanhol, a missa foi acompanhada por instrumentos típicos do folclore latino-americano e cantos da Missa Criola, composta por Ariel Ramirez, e dirigida na ocasião por seu filho. Entre os concelebrantes, estava Cardeal Raimundo Damasceno Assis, arcebispo de Aparecida (SP) e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

“Nesta festividade de Nossa Senhora de Guadalupe, faremos grata memória de sua visita e materna companhia; cantaremos com Ela o seu “magnificat”; e lhe confiaremos a vida de nossos povos e a missão continental da Igreja”, disse.

“A Santa Mãe de Deus não apenas visitou estes povos, mas quis permanecer com eles. Deixou impressa misteriosamente a sua imagem sagrada no “manto” de seu mensageiro para que nos recordássemos sempre, tornando-se assim símbolo da aliança de Maria com estes povos, a quem se confere alma e ternura”, continuou o Pontífice.

O Papa argentino afirmou que a “América Latina é o ‘continente da esperança’, porque para ela esperam-se novos modelos de desenvolvimento que conjuguem tradição cristã e progresso civil, justiça e igualdade com reconciliação, desenvolvimento científico e tecnológico com sabedoria humana”.

(Com informações da Rádio Vaticano)


História

 

Num sábado, no ano de 1531, a Virgem Maria apareceu a um indígena que, de seu lugarejo, caminhava para a cidade do México a fim de participar da catequese e da missa enquanto estava na colina de Tepeyac, perto da capital. Este índio convertido chamava-se Juan Diego (canonizado pelo Papa João Paulo II em 2002).

Nossa Senhora disse então a Juan Diego que fosse até o bispo e lhe pedisse que naquele lugar fosse construído um santuário para a honra e glória de Deus.

O bispo local, usando de prudência, pediu um sinal da Virgem ao indígena que, somente na terceira aparição, foi concedido. Isso ocorreu quando Juan Diego buscava um sacerdote para o tio doente: “Escute, meu filho, não há nada que temer, não fique preocupado nem assustado; não tema esta doença, nem outro qualquer dissabor ou aflição. Não estou eu aqui, a seu lado? Eu sou a sua Mãe dadivosa. Acaso não o escolhi para mim e o tomei aos meus cuidados? Que deseja mais do que isto? Não permita que nada o aflija e o perturbe. Quanto à doença do seu tio, ela não é mortal. Eu lhe peço, acredite agora mesmo, porque ele já está curado. Filho querido, essas rosas são o sinal que você vai levar ao Bispo. Diga-lhe em meu nome que, nessas rosas, ele verá minha vontade e a cumprirá. Você é meu embaixador e merece a minha confiança. Quando chegar diante dele, desdobre a sua “tilma” (manto) e mostre-lhe o que carrega, porém, só em sua presença. Diga-lhe tudo o que viu e ouviu, nada omita…”

O prelado viu não somente as rosas, mas o milagre da imagem de Nossa Senhora de Guadalupe, pintada prodigiosamente no manto do humilde indígena. Ele levou o manto com a imagem da Santíssima Virgem para a capela, e ali, em meio às lágrimas, pediu perdão a Nossa Senhora. Era o dia 12 de dezembro de 1531.

O grande milagre de Nossa Senhora de Guadalupe é a sua própria imagem. O tecido, feito de cacto, não dura mais de 20 anos e este já existe há mais de quatro séculos e meio. Durante 16 anos, a tela esteve totalmente desprotegida, sendo que a imagem nunca foi retocada e até hoje os peritos em pintura e química não encontraram na tela nenhum sinal de corrupção.

Coroada em 1875 durante o Pontificado de Leão XIII, Nossa Senhora de Guadalupe foi declarada “Padroeira de toda a América” pelo Papa Pio XII no dia 12 de outubro de 1945.

No dia 27 de janeiro de 1979, durante sua viagem apostólica ao México, o Papa João Paulo II visitou o Santuário de Nossa Senhora de Guadalupe e consagrou a ela toda a América Latina, da qual a Virgem de Guadalupe é Padroeira.