Paulo: Apóstolo e Missionário de Jesus Cristo

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11/02/2016 - 11:45

Com alegria, celebramos no dia 25 de janeiro a Conversão de Paulo Apóstolo, patrono de nossa Arquidiocese. Invocamos a sua proteção sobre todos os que habitam nossa Cidade e o Estado de São Paulo.

A vida de São Paulo Apóstolo nos mostra que a conversão é possível, isto é, a mudança no modo de pensar e agir. Paulo, de perseguidor, da Igreja de Cristo, passou a ser perseguido por pertencer à Igreja que ele tanto perseguia. Paulo é um dos grandes convertidos da história do Cristianismo. A sua conversão diz a cada um de nós que sempre é possível mudar de vida, basta abrir-se à graça de Deus.

Deus Pai, por intermédio de seu Filho Jesus Cristo e do Espírito que habita em nós, sempre bate à nossa porta e espera que cada um de nós acolha livremente a sua graça, a qual sempre vem ao nosso encontro.

É interessante notar nos Atos dos Apóstolos, quando Lucas narra a perseguição de Paulo à Igreja nascente, a identificação de Jesus Cristo com a própria Igreja. Paulo ouviu uma voz que lhe dizia: “Saulo, Saulo, por que me persegues? Eu perguntei: ‘Quem és tu Senhor?’ e Ele me respondeu: ‘Eu sou Jesus, o nazareno a quem tu estás perseguindo’” (At 22, 7b-9). Daí, tira-se um ensinamento bem simples: perseguir um cristão, ver-lhe a humanidade reduzida ou desprezada, é humilhar e desprezar o próprio Cristo. Ele se identifica com todas as pessoas humilhadas e perseguidas.

Uma análise simples e despretensiosa da conversão de Paulo nos faz ver que, para além de sua conversão, seu caminho de santificação continuou por toda sua vida até chegar à plena identificação com Cristo: “Já não sou eu mais quem vivo mas é Cristo que vive em mim”. (Gl 2,20) ou “Meu viver é Cristo”. (Fl 1,21)

Paulo tinha certeza que estava ligado a Cristo (podemos dizer que ele foi capturado por Cristo), mas, ao mesmo tempo, sentia que essa ligação era bastante frágil: “querer o bem está ao meu alcance, não, porém, praticá-lo. Com efeito, não faço o bem que quero, mas pratico o mal que não quero” (Rm 7, 18b-19). Essa era a condição de Paulo e também a nossa condição. Sentimos a proximidade de Cristo, sua presença em nossa vida, mas, muitas vezes, sucumbimos ao mal e ao pecado. Não é para desesperar-se diante da grande misericórdia de Deus, mas de nossa parte exige-se um comportamento mais adulto e um desejo de caminhar no processo de nossa santificação. Isso se dá por meio do exame de consciência, não da consciência alheia e da meditação. Em outras palavras, é necessário autoconhecimento para crescer espiritualmente como Paulo. Que o Apóstolo, já alcançado pela misericórdia de Deus, interceda por cada um de nós, para que também sejamos capazes de conversão e de adesão a Jesus Cristo e ao seu reino de justiça, paz e amor.

Fonte: Edição 3086 do Jornal O SÃO PAULO – página 05