Vinde Espírito Santo, Vinde!

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23/05/2018 - 11:45

No término deste fecundo tempo pascal, 50 dias depois da Páscoa, celebramos Pentecostes. A recente Semana de Oração pela Unidade Cristã, com o tema “A mão de Deus nos une e nos liberta”, convidou-nos a viver a Palavra de Deus. Abramos o nosso coração para a ação do Espírito Santo, dom de Deus, que a todos acolhe e sacia: “Se alguém tem sede, venha a mim e beba. Aquele que crê em mim, conforme as escrituras, rios de água viva jorrarão do seu interior” (Jo 7,38).

A festa de Pentecostes é a festa do Espírito Santo, é o nascimento da Igreja: “Quando chegou o dia de Pentecostes, os discípulos estavam todos reunidos no mesmo lugar. De repente, veio do céu um barulho como se fosse uma forte ventania, que encheu a casa onde eles se encontravam. Então, apareceram línguas como de fogo que se repartiam e posaram sobre cada um deles. Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espirito os inspirava” (At 2, 1-4). 

A Igreja nasce da ação do Espírito Santo. Nele, a Igreja segue cumprindo o seu papel de anunciadora da Boa Nova de Jesus Cristo. Nele, a Igreja vive unida, se renova e se mantém fiel à pessoa de Jesus Cristo e à sua missão de servidora do Reino de Deus. A vinda do Espírito Santo sobre os Apóstolos, como cumprimento da promessa de Cristo (Jo 15, 26-27), enche de alegria a terra inteira, porque Ele a iluminará e a guiará mundo afora em direção ao seu criador, Deus. Sem a ação do Espírito Santo, o mundo e, nele, a Igreja, viveriam como que sem direção, incapazes de realizar cada um a sua missão e de atingir o seu objetivo, a glória de Deus (Jo 16, 13-14). 

O Espírito Santo é o dom da novidade de Cristo Ressuscitado, atuante nos seus discípulos, na Igreja e no mundo. Deus age no mundo por meio do seu Espírito, que é também Espírito de Cristo, o Ressuscitado. Por Cristo e para Cristo é que tudo existe. Sem a presença do Espírito Santo, Deus estaria distante do mundo e dos homens. Sem a sua ação, Cristo seria algo do passado, um fato histórico apenas, e o seu Evangelho seria um escrito qualquer, letra morta, apesar de sua beleza estética. Não teria a força transformadora que o acompanha ainda nos dias de hoje. Sem o Espírito Santo, a Igreja não passaria de mais uma organização humana, uma instituição de caridade, uma ONG qualquer. 

Sem o Espírito Santo na vida e na missão da Igreja, não teria sentido o seu serviço caritativo, a sua missão evangelizadora, a sua liturgia santificadora e a sua vida moral, humanizadora. É o Espírito Santo quem tudo vivifica e transforma a Igreja e o mundo. Ele é a novidade pascal, o modo invisível de Deus permanecer no mundo, suscitando alegria e esperança nos corações, unindo as vontades segundo a vontade de Deus Pai, criador de todas as coisas.
 

Dom Eduardo Vieira dos Santos
Bispo Auxiliar da Arquidiocese de São Paulo