Chegou a nossa vez, é missão de todos nós: a Boa Nova de Jesus à Cidade anunciar!

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08/02/2019 - 13:15

Chegou a nossa vez, é missão de todos nós: a Boa Nova de Jesus à Cidade anunciar!

A Festa da Conversão de São Paulo Apóstolo, e, com ela, o aniversário da cidade de São Paulo exortam a todos nós, porção do povo de Deus que está na Igreja particular de São Paulo, a assumir e renovar, com ardor, todo o empenho missionário eclesial, para que a alegria do Evangelho chegue a todos os recantos da cidade.

O contexto eclesial é oportuno, pois estamos no sínodo arquidiocesano, que nos interpela a viver o caminho de comunhão, conversão e renovação pastoral e missionária.

O caminho sinodal não se faz à deriva, mas ele tem sua centralidade, que é indicada pelo próprio Espírito Santo que nos fala no tempo atual. O tema central é a missão, pois ela é a característica essencial da Igreja de Cristo e que não pode nem deve ser objeto de escolha pessoal, porque é a identidade substancial da comunidade cristã. A Igreja Católica ou é missionária ou está falhando em sua própria identidade.

Nesse sentido, somos iluminados pelo Documento de Aparecida, que nos fala da necessidade do despertar missionário, para que a Igreja se coloque em “estado permanente de missão” (DAp, 551).

Três exigências se apresentam à Igreja como desafios a enfrentar:

1) Desinstalar-se do comodismo, do marasmo, da caduquice das estruturas e seus esquemas: a Igreja, para que seja toda ela missionária, precisa de um forte dinamismo que a impeça de se instalar na comodidade e na indiferença com relação ao sofrimento dos pobres (cf. DAp, 362). É preciso despertar para o número de católicos que, hoje, já não cresce em proporção com o número da população, e para o significativo número de pessoas que perderam o sentido da vida e abandonaram a religião, assim como o de católicos que deixam a Igreja, para aderir outros grupos religiosos (Cf. DAp, 100f). É preciso reconhecer que os católicos, muitas vezes, não vivem conforme o Evangelho, que requer um estilo de vida fiel à verdade e à caridade, austero e solidário.

2) A comunidade eclesial deve ser irradiadora de vida, para que a pessoa inteira e todas pessoas tenham vida em plenitude. Cada comunidade cristã precisa converter-se em “um poderoso centro de irradiação da vida em Cristo” (DAp, 362). A missão deve manifestar a convicção de que no Deus vivo, revelado em Jesus, encontra-se o sentido, a fecundidade e a dignidade da vida humana. Assim, “em nossa Igreja devemos oferecer a todos os nossos fiéis um encontro pessoal com Jesus Cristo, uma experiência religiosa profunda e intensa” (DAp, 226). O anúncio salvífico proclamado pela Igreja deve levar a pessoa “a um encontro pessoal, cada vez maior, com Jesus Cristo” (DAp, 289).

3) A missionariedade deve impregnar a Igreja inteira. A exigência da missionariedade do discípulo decorre do seguimento de Jesus. O chamado de Jesus apresenta a exigência de estar com Ele e vincular-se à sua missão, enquanto chamados e enviados (cf. DAp, 131), ou seja, anunciar o Evangelho do Reino a todos. Por isso, todo discípulo é missionário. Cumprir essa missão não é uma tarefa opcional, mas integrante da identidade cristã (cf. DAp, 144). E a missão consiste em partilhar a experiência do acontecimento do encontro com Jesus Cristo, testemunhá-lo e anunciá-lo de pessoa em pessoa, de comunidade a comunidade, e da Igreja aos confins da cidade (cf. DAp, 145).

Levemos essas exigências para as assembleias do sínodo nas regiões episcopais e vicariatos ambientais!

 

Padre José Arnaldo Juliano dos Santos

Teólogo-Perito do Sínodo Arquidiocesano

(Fonte: Edição 3232, do jornal “O São Paulo”, de 24 a 29 de janeiro de 2019, p. 04)