Anunciar o Evangelho da vida com intrepidez e ousadia!

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06/05/2019 - 08:30

Anunciar o Evangelho da vida com intrepidez e ousadia!

O Tríduo Pascal nos conduz aos passos de Jesus desde a sua ceia, em que dá a si mesmo por inteiro como alimento de vida plena, até a sua vitória definitiva sobre a Morte, por meio da Ressurreição. Revivemos, assim, cada um desses momentos com fé, e eles nos renovam em nossa fidelidade ao Evangelho e em nosso compromisso de pertença à Igreja de Cristo.

Chegou agora nossa Páscoa: testemunhar e anunciar o Evangelho da vida com intrepidez e ousadia, realizando o que o Espírito pede à Igreja que está na cidade de São Paulo: o caminho de “comunhão, conversão e renovação missionária”.

Pela alegria da Páscoa do Senhor é que cada região episcopal da nossa Arquidiocese vai preparar e realizar, em maio, a “primeira sessão” da sua assembleia sinodal. A “primeira sessão” da assembleia regional do sínodo tem como “coração” o “Ide, pois, e fazei discípulos todos os povos” (Mt 28,19).

No entanto, para que o vigor missionário seja frutuoso, é necessário que os membros da assembleia regional do sínodo, na sua “primeira sessão”, escutem, reflitam, analisem e elaborem um diagnóstico detalhado sobre a realidade pastoral e evangelizadora da região episcopal a partir das sínteses dos resultados das assembleias paroquiais do sínodo (de 2018) e do resultado global das pesquisas sobre a vida e ação pastoral da Arquidiocese de São Paulo (de 2018).

Para iluminar a realização desse trabalho paciente, que tenhamos, também à nossa frente, as orientações eclesiológico-pastorais do Papa Francisco, sobretudo as que estão no nº 24 da Evangelii Gaudium, no qual sublinha as características essenciais de uma Igreja “em saída” e que mencionamos a seguir:

1) A Igreja “em saída” é a comunidade de discípulos missionários que “primeireiam”, tomam a ousada iniciativa de ir à frente, sem medo, ir ao encontro, procurando os afastados e chegando às encruzilhadas dos caminhos para convidar os excluídos;

2) É a comunidade missionária que, com obras e gestos, “se envolve” com as pessoas entrando na vida diária de todas elas, encurtando as distâncias, assumindo a vida humana, tocando a carne sofredora de Cristo no povo. É a comunidade missionária que, também, “envolve” as pessoas, atraindo-as ao convívio de Cristo na própria comunidade;

3) É a comunidade missionária que evangeliza com paciência, dispondo-se a “acompanhar” cada pessoa, cada grupo em todos os seus processos;

4) É a comunidade evangelizadora que está sempre atenta aos “frutos”, porque o Senhor a quer fecunda. Cuida do trigo e não perde a paz por causa do joio;

5) É a comunidade dos discípulos missionários que “celebra e festeja” cada pequena vitória, cada passo em frente rumo à evangelização.

Então, diante da realidade pastoral e evangelizadora da região episcopal que os resultados das assembleias paroquiais do sínodo, da pesquisa de campo e do levantamento paroquial apontam, perguntemos:

1º) Como estamos “indo ao encontro” dos afastados e como estamos “chegando” nas encruzilhadas para convidar os excluídos?2º) Como nossas pastorais estão se “envolvendo” com as realidades gritantes da nossa cidade, a ponto de contrair “o cheiro das ovelhas”, tocando na carne sofredora de Cristo no povo? Como estamos “acompanhando” a todos os que atraímos para o convívio da comunidade? Quais são os “frutos” do nosso empenho missionário de evangelizar?

Padre José Arnaldo Juliano dos Santos é Teólogo-Perito do sínodo arquidiocesano