‘Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos’

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Publicado em: 24/02/2015 - 08:15
Créditos: Edição nº 3039 do Jornal O SÃO PAULO – página 5

Estamos dialogando nas paróquias e comunidades sobre a necessidade de renovar a paróquia para torná-la efetivamente missionária. Nesse processo, surgem muitas ideias, propostas e projetos. Todos são importantes, mas no processo de renovação paroquial, precisamos pensar menos em estruturas e mais nas relações, nas pessoas.

Os bispos do Brasil, na última assembleia geral, afirmaram que “quando se propõe renovar a paróquia em comunidade de comunidades, mais do que imaginar ou criar novas estruturas, trata-se de recuperar as relações interpessoais e de comunhão” (CNBB. Doc. 100, nº 260).

Há muitas pastorais e movimentos que não dialogam; gastam energias vitais disputando quem tem mais força na paróquia, quem é mais importante e esquecem que a vida de comunidade não se faz brigando por cargos, mas se constrói no esforço comum em ser discípulo e missionário de Jesus Cristo. “Algumas comunidades não conseguem ser missionárias justamente porque vivem de forma tão apática ou conflituosa em suas relações que mais afastam do que atraem novos membros” (CNBB. Doc. 100, nº 259).

Essas palavras de nossos bispos encontram seus fundamento no Evangelho de São João, quando Nosso Senhor, na última ceia, colocou como distintivo da comunidade dos discípulos o relacionamento fraterno: “Como eu vos amei, amai-vos também uns aos outros. Nisto reconhecerão todos que sois meus discípulos se tiverdes amor uns pelos outros” (Jo 13, 34-35).

No processo de formação de uma comunidade missionária, precisamos levar muito a sério o relacionamento fraterno. É necessário superar a inveja, a fofoca e os interesses pessoais para nos tornarmos verdadeiros discípulos missionários. A vivência do amor fraterno, a amizade cultivada entre os membros de uma comunidade e a caridade com todos os que dela se aproximam, estão no fundamento, na base, de uma comunidade missionária.

Caso queiramos construir de verdade uma comunidade missionária, precisamos rever o relacionamento humano e construir uma comunidade acolhedora. É certo e seguro que testemunhando o amor fraterno, a paróquia será missionária.

Dom Sergio de Deus Borges
Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Santana

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