'Ide, pois e fazei discípulos todos os povos' (Mt 28,29)

A A
'Ide, pois e fazei discípulos todos os povos' (Mt 28,29)
Publicado em: 15/04/2019 - 10:45
Créditos: Redação

‘Ide, pois, e fazei discípulos todos os povos’ (Mt 28,29)

No sábado, 30, será aberto em cada uma das regiões episcopais o segundo ano do sínodo arquidiocesano de São Paulo.

Nessa abertura, todos nós renovaremos nosso propósito de nos comprometer cada vez mais com o sínodo arquidiocesano e na realização de seu objetivo essencial: “caminho de comunhão, conversão e renovação missionária” de nossa Igreja em São Paulo, para que a sua vida eclesial e sua ação pastoral na cidade sejam vigorosas e com ardor missionário.

O fundamento bíblico que sustenta, anima e orienta o sínodo arquidiocesano é o “ide” de Jesus, que nos envia para os cenários e os desafios sempre novos da missão evangelizadora da Igreja, sobretudo na cidade em que vivemos.

Respondendo a esse “ide”, a Igreja em São Paulo, no seu caminho sinodal, coloca-se à “escuta” do Espírito Santo e toma uma maior consciência de que “a alegria do Evangelho é missionária” (Evangelii Gaudium, 21) e de que a missão fundamental da Igreja é “Evangelizar”

Assim, as palavras-chave do caminhar sinodal arquidiocesano são “Evangelizar” e “Missão”.

Por isso, é oportuno que, na preparação da assembleia sinodal de cada região episcopal, não nos detenhamos apenas naquilo que devemos fazer, mas aprofundemos nossa consciência eclesial-missionária e retomemos as perguntas que os bispos latino-americanos fizeram na Conferência de Puebla (capítulo II): O que é, pois, evangelizar? Quem espera o nosso anúncio de salvação? Qual é a transformação das pessoas e das culturas que a semente do Evangelho tem de fazer germinar? O que é que nos ensina a Igreja sobre a autêntica libertação cristã? Como evangelizar a cultura e a religiosidade do nosso povo? O que diz o Evangelho ao homem que anseia por sua promoção e quer viver seu compromisso político-social?

Essas parecem ser perguntas antigas que já possuem respostas definitivas, mas não o são! Elas devem ser respondidas por nós de tempos em tempos, com o novo “olhar” que o Espírito Santo nos concede, para que nos lancemos a “águas mais profundas”, diante dos novos cenários e desafios sociais, culturais, econômicos, políticos e religiosos do nosso tempo.

Por outro lado, é oportuno também que cada vez mais tenhamos o vigor de uma Igreja missionária: 1) que é audaciosa e criativa, e que não admite o critério cômodo de “se fez sempre assim”; 2) que está sempre aberta para repensar os objetivos, as estruturas, o estilo e os métodos de missão, porque vive o tempo em que é necessário repensar tudo à luz do que o Espírito diz a ela; 3) que tem “um olhar de proximidade”, “olhar de fé respeitosa e de plena compaixão”; 4) que tem uma “espiritualidade fundada em Cristo, sobre a Palavra de Deus e a Liturgia”; 5) que é “profeta da misericórdia, centralizada em Deus e sobre os crucificados deste mundo”

Que nos alegremos com a abertura do segundo ano do sínodo arquidiocesano e que ele seja frutífero nas regiões episcopais e nas Paróquias de nossa Arquidiocese de São Paulo.

Padre José Arnaldo Juliano dos Santos é Teólogo-Perito do sínodo arquidiocesano