A alegria na Páscoa

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01/04/2016 - 08:00

A alegria na Páscoa......

                No dia da Páscoa, alguns discípulos estavam a caminho de Emaús, entristecidos pelos acontecimentos  daquela semana fatídica, a Semana Maior, a Semana da entrega total  de Deus em favor dos homens. 

                Os discípulos, marcados pela dor da morte de seu Senhor e Mestre,  ficaram com os ‘olhos como que vendados’ e não foram capazes de perceber a novidade que Jesus havia prometido: a Ressurreição.   Nem mesmo o testemunho de algumas mulheres, que foram ao túmulo e voltaram dizendo que tinham visto um anjo e que este afirmou que Jesus está vivo, os convenceu da verdadeira realidade da Páscoa (Lc 24,23). Discípulos entristecidos e desanimados que haviam escolhido viver uma Quaresma sem Páscoa,  a Paixão de Jesus sem a Ressurreição.

 Os discípulos de Emaús no caminho da tristeza, retornando para casa, deixaram-se iluminar pela Palavra de Deus recordada pelo Senhor e a Palavra  foi, para estes discípulos, o despertar à Verdade,  que Jesus está vivo, que é possível encontrá-Lo e que Ele quer dar aos seus nova alegria: “E aconteceu que, enquanto estava com eles à mesa, tomou o pão, rezou a benção, partiu-o e lhes deu. Então, abriram-se os olhos deles e o reconheceram” (Lc 24,30-31).

E os discípulos voltaram para Jerusalém para comunicar aos outros tudo o que viveram e a maravilha do encontro com Jesus. A Páscoa na vida dos discípulos se transformou em Missão. A Páscoa os sacudiu, os fez colocar os pés na estrada e  novamente dar asas a grandes sonhos, porque eles ficaram cheios de Esperança e com grande Alegria.

Nós, discípulos hoje que celebramos a Páscoa e vivemos na alegria do tempo Pascal, não podemos permanecer parados, como se a Páscoa fosse somente um rito a ser vivido no isolamento de nossa casa, sozinhos. A Páscoa nos sacode, nos impulsiona a comunicar “o Deus que manifestou o seu amor imenso em Cristo morto e ressuscitado. Ele torna os seus fiéis sempre novos; ainda que sejam idosos, «renovam as suas forças. Têm asas como a águia, correm sem se cansar, marcham sem desfalecer» (Is 40, 31). Cristo é a «Boa-Nova de valor eterno» (Ap 14, 6), sendo «o mesmo ontem, hoje e pelos séculos» (Heb 13, 8), mas a sua riqueza e a sua beleza são inesgotáveis. Ele é sempre jovem, e fonte de constante novidade” (Papa Francisco. Evangelii Gaudium, 11).

Vamos deixar o marasmo pastoral e recuperar o entusiasmo com as coisas do Senhor. Vamos nos unir às forças missionárias de nossas Paróquias e Comunidades, para impregnar tudo com a alegria da Páscoa, a alegria que se transforma em Missão, testemunhando e anunciando, oportuna e inoportunamente, Jesus Cristo Ressuscitado.

 

Dom Sergio de Deus Borges

Bispo Auxiliar de São Paulo

Vigário Episcopal para a Região Santana