Finados: Fé na Vida Eterna

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23/11/2016 - 14:00

Dia 02 de novembro, fazemos memória de todos os nossos entes queridos, já falecidos. O “Dia de Finados” é o dia da saudade e da esperança. Levar flores aos túmulos dos parentes e amigos é certamente um belo gesto de gratidão e de reconhecimento. No fundo está se realizando um rito muito significativo, pois as flores simbolizam o jardim, o paraíso, a felicidade eterna, que todos nós desejamos aos nossos entes queridos.

Visitando, no “Dia dos Finados”, as sepulturas, renovamos dentro de nós a gratidão e o amor às pessoas queridas e lhes asseguramos que o bem e os valores nobres por eles ensinados continuam vivos na nossa vida e no nosso modo de ser.

Para nós, que vivemos da fé, a recordação dos falecidos deve ser prezada, jamais esquecida: “Os mortos são realmente tais quando morrem na recordação dos vivos”. E o melhor que podemos fazer pelos nossos entes queridos já falecidos é rezar por eles; e, sobretudo, oferecer ‘sufrágios’, para que sejam purificados de seus pecados (cf. 2Mc 12, 46).

A Igreja, em todas as missas, reza por todos os mortos. Ninguém fica sem a oração da Igreja: “Acolhei com bondade no vosso reino os nossos irmãos e irmãs que partiram desta vida e todos os que morreram na vossa amizade” (Oração Eucarística III). O que é feito para um vale para todos.

A morte é algo que sempre vai nos incomodar. Vida sem limite temporal é a mais profunda aspiração que trazemos dentro de nós. Não nos conformamos com a morte. Os antigos egípcios, por exemplo, construíram pirâmides como as de ‘Giza’ contendo os sarcófagos dos faraós, na esperança de que um dia eles voltassem a viver. É a imortalidade como anseio mais profundo do ser humano.

Ainda é interessante observar que os mais antigos achados arqueológicos do ser humano são de caráter funerário. Isso demonstra que o homem, mesmo nos estágios mais primitivos, tinha consciência da dignidade e, de alguma forma, da vida depois da morte. Cultivar a memória dos falecidos faz parte das grandes culturas da humanidade. Ao contrário, condenar alguém ao esquecimento eliminando, por exemplo, o seu nome das lápides sepulcrais, é uma das piores condenações.

No entanto, só no evangelho de Jesus Cristo encontramos a resposta para o mistério da morte. A salvação cristã é justamente libertação do pecado e divinização do ser humano. Podemos esperar firmemente que o Espírito de Deus que ressuscitou Jesus dentre os mortos dará também vida a nossos corpos mortais, porque esse mesmo Espírito habita em nós (cf. Rm 8, 11).

Hoje é dia de proclamar com convicção o artigo de fé do Credo: “Creio na ressurreição dos mortos e na vida eterna”. Amém! 

Dom José Roberto Fortes Palau
Vigário Episcopal da Região Ipiranga