Palavra da Esperanca

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13/02/2012 - 00:00

A Exortação Apostólica de Bento XVI, Verbum Domini – A Palavra de Deus na vida e na missão da Igreja – é um tesouro. O conteúdo apresenta o exato significado da Palavra de Deus para a vida de cada cristão e para o complexo contexto sócio-cultural de hoje. No texto, logo fica evidente que não se pode prescindir das respostas que a Palavra de Deus oferece a uma sociedade sobrecarregada de perguntas. Respostas que não se contrapõem ao homem, nem cancelam seus verdadeiros anseios. Pelo contrário, vão ao encontro das perguntas existenciais mais profundas de forma atraente, iluminada e aberta.

Ao que tudo indica, existe hoje uma tentativa de nivelar os comportamentos sociais a propostas menos comprometidas com a verdade existencial do homem. Em seu livro Moral em desordem, Paul Valadier admite que alguns sociólogos tem chamado de “fenômenos perversos” o fato de vários mecanismos estarem levando o ser humano a desviar-se da verdade para a qual a sua consciência o conduz profundamente. “Só Deus responde à sede que está no coração de cada homem”, defende o texto da Exortação Verbum Domini. É nesse contexto que a Palavra de Deus é apresentada como “Palavra da esperança”, porque o homem precisa da “grande esperança” oferecida por um Deus que revela seu rosto humano e demonstra amar fielmente até o fim no abandono e morte de Jesus na cruz.

É verdade que quem ama sempre tem a coragem de reconstruir relacionamentos abalados, e reinventa sempre o diálogo. Deus fez assim com a gente. Através de Jesus Cristo, a “Palavra que se fez carne e habitou entre nós”, é estabelecida de uma vez por todas a interlocução de Deus com o homem, superando, assim, a ruptura criada pelo egoísmo, pela auto-suficiência, enfim pelo pecado. Através da encarnação, vida, morte e ressurreição de Jesus, nasce um divino-humano diálogo permanente, profundo e transformador com cada pessoa e com toda a humanidade.

Os cristãos são sempre chamados a ajudar a todos a descobrirem a alegria de um relacionamento com Deus, verdadeiro e transformador. E isso vem de longe. A exigência de compartilhar a alegria dessa relação era tão forte entre os primeiros cristãos que eles faziam de tudo para que outras pessoas pudessem experimentar essa comunhão no amor. De fato, eles não encaravam a fé vivida na comunidade eclesial como um estilo particular e fechado. Sabiam que Deus Amor devia ser conhecido por todos. Por causa disso, foram ousados em anunciar a Palavra de Deus ao mundo, prontos até a enfrentar o martírio.

A nós, os cristãos de hoje, não é pedido um radicalismo menor, porque esse anúncio – movido, sobretudo, por uma esperança sempre renovada – “cria comunhão e gera alegria”, como afirma aVerbum Domini. Testemunhando a Palavra com os fatos, cada um, no seu lugar, fará diferença e a sociedade sentirá isso.

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