São Judas Tadeu é o apóstolo da esperança

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Aproximadamente 3 mil pessoas participaram das festividades no bairro do Jabaquara
Publicado em: 03/11/2017 - 13:45
Créditos: Fernando Geronazzo

Cerca de 300 mil pessoas passaram pelo Santuário de São Judas Tadeu, no Jabaquara, na zona Sul de São Paulo, para celebrar a festa do apóstolo e mártir, no sábado, 28 de outubro. Desde as 5h foram celebradas 14 missas, uma a cada hora. A
última delas, campal, foi presidida pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano. Às 18h30, milhares de fiéis seguiram em procissão pelas ruas do bairro com a imagem do padroeiro.
A festa foi preparada com uma novena que neste ano teve como tema “Com Maria e São Judas Tadeu ao encontro do Senhor”, no contexto do tricentenário do achado da imagem de Nossa Senhora Aparecida no rio Paraíba do Sul. Em cada dia, foram aprofundados aspectos do encontro da Mãe de Jesus em diferentes circunstâncias: Anunciação; visita a Santa Isabel; em Belém; com os primeiros discípulos de Jesus; na família de Jesus; na Cruz; na Ressureição e em Pentecostes.

Testemunho dos apóstolos

Na homilia, Dom Odilo destacou que a liturgia do dia celebrava São Simão e São Judas Tadeu, dois apóstolos que deram a vida por Cristo, foram testemunhas de sua Ressurreição e, por isso, por meio deles, é possível aproximar-se de Jesus e de Seu Evangelho. Referindo-se à devoção popular de São Judas como padroeiro das causas difíceis, o Cardeal recordou que a causa mais importante da vida é não perder o caminho de Deus e não perder a companhia do Senhor.
O Arcebispo ressaltou, ainda, uma questão urgente para a Igreja em São Paulo: a renovação da ação evangelizadora na cidade. Para isso, citou o primeiro sínodo arquidiocesano que está sendo celebrado. “O sínodo será um grande esforço coletivo de todo o povo para fazemos uma grande avaliação e revisão, para dali tirar novos propósitos, escutando o que Deus e a Igreja nos dizem. Por outro lado, precisamos escutar a voz do nosso tempo, olhar ao nosso redor para discernir o que Deus nos pede neste tempo”, afirmou Dom Odilo, invocando a intercessão de São Judas Tadeu para o caminho sinodal.

História
Segundo a tradição cristã, São Judas Tadeu nasceu em Caná da Galileia, na Palestina. Era filho de Alfeu e irmão de Tiago, chamado o Menor, que também foi discípulo de Jesus. Ele é citado explicitamente nas Escrituras pelo evangelista São João. Na ceia, Judas Tadeu perguntou a Jesus: “Mestre, por que razão hás de manifestar-te só a nós e não ao mundo?” Jesus lhe respondeu, afirmando que teriam manifestação dele todos os que guardassem sua Palavra e permanecessem fiéis a seu amor (Jo 14,22).
Após Pentecostes, São Judas Tadeu iniciou sua pregação na Galileia, passou pela Samaria e outros povoados judaicos. Em seguida, foi evangelizar a Mesopotâmia, Síria, Armênia e Pérsia. Neste País, recebeu a companhia de outro apóstolo, Simão. A pregação e o testemunho de Judas Tadeu impressionaram os pagãos que se convertiam. Isso provocou a inveja e fúria contra o Apóstolo, que foi trucidado, a golpes de cacetetes, lanças e machados, por volta do ano 70.
O Novo Testamento contém uma brevíssima carta atribuída ao Apóstolo, na qual ele faz uma severa advertência contra os falsos mestres e um convite a manter a pureza da fé. Nos versículos 22 e 23, propõe pontos fundamentais de um programa de vida cristã: fé, oração, auxílio mútuo, confiança na misericórdia de Jesus Cristo. Seus restos mortais atualmente se encontram em Roma, na Basílica de São Pedro.
Para o Padre Sergio José Hemkemeier, Reitor do Santuário São Judas Tadeu, mais do que o santo das causas difíceis ou impossíveis, este é o apóstolo da esperança, pois os fiéis vão ao Santuário “de Cristo, que cura, conforta e traz sentido e vida nova às pessoas”.

Luciney Martins/O SÃO PAULO