Padre Ubaldo Steri: 80 anos de vida

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Nascido na Itália, Padre Ubaldo Steri atua na Arquidiocese de São Paulo desde o ano de 1972
Publicado em: 16/01/2019 - 12:00
Créditos: Redação

O ano de 2018 foi festivo para o Padre Ubaldo Steri, que completou 80 anos de vida, 55 de sacerdócio, 54 de missão no Brasil e 47 anos de vida em comunidade na Paróquia Nossa Senhora das Graças, no Setor Imigrantes.

 

CHAMADO A VOCAÇÃO

Nascido na Sardenha, ilha do Mar Mediterrâneo, Padre Ubaldo, com incentivo de sua família, deu início à sua vida de entrega a Jesus Cristo e à Igreja aos 20 anos. Em 1958, com o surgimento do voluntariado dos jovens para o terceiro mundo em seu país, ele recebeu o convite para ser voluntário no Sudão e em Uganda. Coincidiu que, neste mesmo ano, houve a eleição ao pontificado de São João XXIII e, posteriormente, a convocação do Concilio Vaticano II.

Padre Ubaldo foi ordenado sacerdote pelo Cardeal Montini, em 30 de março de 1963. O Cardeal, em junho daquele mesmo ano, foi eleito papa, adotando o nome de Paulo VI – proclamado santo pelo Papa Francisco em 2018.

 

PRIMEIRAS ATIVIDADES NO BRASIL

Padre Ubaldo foi convidado a ser missionário no Brasil, respondendo também ao chamado de São Paulo VI, que rezava de modo especial pela América Latina.

Chegou ao Brasil em 1964 e atuou como Coordenador de Pastoral na Diocese de São Matheus (ES). Participou ativamente do surgimento de pastorais e na criação das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs).

“Criamos centenas de CEBs e treinamos os animadores com um curso de três anos, com os fundamentos teológicos, bíblicos e pastorais, com técnicas comunitárias, criativas e de autoajuda”, recordou Padre Ubaldo.

Em 1971, com a repressão da ditadura militar contra a Pastoral Comunitária, vieram prisões, torturas e exílio dos coordenadores e líderes das principais comunidades. O próprio Padre Ubaldo esteve refugiado fora do Brasil em 1971.

 

AÇÃO EM SÃO PAULO

Em 1972, o Cardeal Paulo Evaristo Arns, então Arcebispo Metropolitano, aceitou e incentivou a proposta das CEBs em São Paulo, dando apoio a sua implementação em uma paróquia no Jabaquara, na zona Sul de São Paulo.

Neste mesmo ano, Padre Ubaldo assumiu como pároco da Paróquia Nossa Senhora das Graças, que, até então, estava sem pároco, enfrentando dificuldades em relação às pastorais devido às mudanças na localidade causadas pela instalação do metrô Jabaquara e a Rodovia dos Imigrantes. Nessa realidade, foram criadas oito CEBs, com centros comunitários e lideranças próprias. A Pastoral Comunitária aplicada na Paróquia proporcionou uma vivência comunitária muito intensa e o testemunho concreto da caridade, atendendo a idosos, desempregados, analfabetos e mais de 1,2 mil menores, por meio da obra social.

Na Arquidiocese de São Paulo, Padre Ubaldo Steri coordenou a Operação Periferia e a criação de centros comunitários, de 1972 a 1975. Também esteve na coordenação de Pastoral e de Setor na Região Episcopal Ipiranga, durante 14 anos; foi animador das entidades sociais de São Paulo, conveniadas pela Prefeitura; dirigiu a Caritas Arquidiocesana de 1987 a 2010; coordenou a Comissão Central do Seminário da Caridade, pesquisa e planejamento do trabalho social na Arquidiocese e das dioceses da periferia da cidade; foi corresponsável pelo projeto da Caritas Arquidiocesana “Feira de Quem Faz” e responsável jurídico e institucional do Centro de Atendimento ao Trabalhador (Ceat).

 

COMEMORAÇÃO

Como em todos os anos, Padre Ubaldo ofereceu o almoço típico da Sardenha, no dia 14 de dezembro, aos padres e secretárias paroquiais do Setor Imigrantes, aos funcionários da sede regional do Ipiranga e a Dom José Roberto Fortes Palau, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Ipiranga. Também participou do almoço Dom Antônio Celso de Queirós, Bispo Emérito de Catanduva (SP), que já atuou como Bispo Auxiliar na Arquidiocese de São Paulo.

Refletindo sobre a própria trajetória de vida e de doação à Igreja, Padre Ubaldo afirmou: “o meu ideal e programa de vida foi o de levar, com humildade e felicidade, todos os que se aproximaram de mim a se tornar mais amigos entre si e fazer com que ‘amem-se uns aos outros’”.