Mártir em defesa da justiça do Reino!

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No dia 23 de maio passado, foi anunciado a beatificação de Dom Romero, arcebispo salvadorenho. Assassinado por ódio à fé, em 24 de março de 1980.
Publicado em: 25/05/2015 - 11:00
Créditos: Redação, com Rádio Vaticano.

“É um momento de entusiasmo e gratidão a Deus e à Igreja em particular ao Papa Francisco que, certamente, desejou este evento. Nestes trinta e cinco anos houve períodos em que duvidamos se chegaria esse dia.”Estas são as palavras do fundador da Associação Oscar Romero de Milão, Pe. Alberto Vitali, coordenador europeu da Rede Internacional das Comissões Oscar Romero, expressando sua alegria pela beatificação do arcebispo salvadorenho, assassinado por ódio à fé, em 24 de março de 1980.

Restabelecer a dignidade do povo salvadorenho

“O povo salvadorenho, pisoteado durante anos, antes e depois da época de Dom Romero, se identificou cada vez mais com a figura de seu pastor e mártir. Por isso, reconhecer o seu martírio e as causas pelas quais foi assassinado, significa restabelecer a dignidade ao povo. A Igreja afirma hoje oficialmente que Dom Romero não errou no que disse e fez”, sublinhou o sacerdote italiano. 

Confirma a opção pelos pobres

“A beatificação tem um grande valor para a Igreja latino-americana, porque Romero foi assassinado por se colocar ao lado dos pobres. No contexto do debate sobre a teologia da libertação, houve no passado quem atacou a opção preferencial pelos pobres. Hoje, se afirma que essa escolha preferencial, feita pela Igreja latino-americana em Medellin e depois em Puebla, era uma escolha justa e legítima, em sintonia com o Evangelho.”

Mártir em defesa da justiça do Reino

“Esse fato tem um grande valor para toda a Igreja. Nesses anos, discutiu-se muito se Dom Romero poderia ser proclamado beato, visto que foi assassinado por correligionários, num contexto fortemente católico. Baseando-se no fato de que o Código de Direito Canônico permite o reconhecimento do martírio somente quando acontece por ódio à fé, alguém dizia que não era possível nessa circunstância. O fato que agora a Igreja reconhece esse martírio significa que a defesa da justiça que Jesus chamava de ‘justiça do Reino’, é um elemento essencial, imprescindível para a nossa fé. Por isso, com essa beatificação, a Igreja nos diz que, para ser realmente cristãos, temos de nos colocar do lado dos pobres, na defesa de seus direitos e na busca pela justiça”, concluiu Pe Vitali. (MJ)