Um sinal da vinda do Reino - Diácono Mario Braggio

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10/01/2017 - 00:15

Mc 1,21b-28

Não nos enganemos: queiramos ou não, o poder do mal pode prevalecer sobre nós a qualquer momento, durante certo tempo ou por toda a nossa vida. O mal é poderoso, sim. Cheio de malícia e ardiloso traveste-se de maneira a enganar, pelo menos à primeira vista, àqueles que o olham de frente. Sabe como esconder suas verdadeiras e mais baixas intenções; sabe como disfarçar a sua força corrosiva; sabe seduzir, aliciar, dividir, enganar, plantar a dúvida e o ódio. Sabe, mentir.

O mal está aí e em toda parte. Só não está e, muito menos, subsiste, onde Deus está. O Verdadeiro Bem e o mal nada têm em comum.

Pois então, era sábado e o local era uma sinagoga, casa de oração e de reflexão sobre a Palavra de Deus. Estão ali reunidos aqueles que deixaram as suas casas e foram buscar alimento para a sua fé. Quem lhes fala é ninguém menos que o Messias, o Filho de Deus, o Redentor.

Mesmo assim, o mal está presente, sobretudo no homem possuído que, ao mesmo tempo indignado e desesperado com a presença do santo de Deus, grita questionando as suas intenções. É claro que entre Jesus e o mal nada há em comum. Jesus ama, acolhe, inclui e liberta, enquanto o outro atrai sub-repticiamente, oprime e escraviza.

O mal nos afasta do projeto de Deus; tenta minar a instalação e a construção do Reino, enquanto o Senhor nos resgata e nos redime, dando-nos a oportunidade de recuperar a nossa identidade e a nossa integridade, deixando-nos prontos para participar do seu projeto. Por isso Jesus não quer conversa. Cala-o (pois ali não é lugar para a sua palavra) e intima-o a ir embora.

Ainda hoje, o mal faz de tudo para permanecer dentro de nós ocupando o lugar por ele conquistado. Não basta querer afastá-lo por nós mesmos. Precisamos contar com a ajuda de Jesus; somente a graça de Deus pode nos dar força e coragem para nos libertar das forças do mal que nos escravizam.