Testemunhas do Ressuscitado - Pe. Reuberson Ferreira, mSC

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27/04/2017 - 00:15

Leituras: At 5,27-33; Sl: 33; Evangelho: Jo 3,31-36

O tempo pascal, que agora vivemos, abre-nos para a eterna alegria de uma vida nova em Jesus Cristo. Celebramos e vivemos a fé e a prática cristã a partir da certeza da ressureição em Jesus (1Cor 15,14). A cada dia devemos, por gestos, palavras e ações testemunhar essa plena certeza de que Cristo Ressuscitado, vivo entre nós, é quem nos move, nos faz viver e dá sentido à nossa existência (At 17, 28).

A liturgia desta quinta-feira do tempo pascal, portanto, exorta-nos a um corajoso e destemido testemunho da Ressurreição de Jesus. Tal testemunho expressa-se na adesão concreta a Deus e nas implicações éticas da fé professada no Senhor.

A primeira leitura, retirada do livro dos Atos dos Apóstolos, apresenta os discípulos, Pedro e João, que por seu testemunho de fé em Jesus Cristo foram inquiridos pelos sumos sacerdotes. Os sacerdotes haviam proibido que os dois Apóstolos pregassem em nome de Jesus (At 4,18; 5,17-18). Não obstante a restrição, eles seguiram fazendo o que acreditavam e agora estavam outra vez ante a alta cúpula religiosa do templo, sendo julgados. Diante da corte sacerdotal, Pedro assegura seu obstinado desejo de seguir pregando acerca de Jesus Cristo, por obediência a Deus (v. 29). Ante o sinédrio acusa-os de terem matado Jesus, Guia Supremo e Salvador, a quem Deus ressuscitou(v. 32) o que desperta raiva da parte do Sinédrio. Essa passagem exorta os leitores a perceberem que mesmo em meio às intempéries diárias à fidelidade e à confiança no Senhor Ressuscitado devem ser a força motriz do anúncio do Evangelho. Testemunhar por palavras, ações e até mesmo pela própria vida Cristo Ressuscitado é um imperativo da fé.

O Salmo e o Evangelho retomam o convite a confiar e conformar sua vida à de Jesus Ressuscitado. O Salmista convida, nas vicissitudes da vida, a invocar/clamar o Senhor que o ouvirá. O Evangelho, por seu turno, convoca os cristãos a buscarem as coisas Daquele que vem do alto. Trata-se de uma passagem de João que finaliza o “diálogo” entre Cristo e Nicodemos na explicação sobre nascer de novo, nascer do Espírito para contemplar o Reino de Deus (v. 1). Jesus atesta que Ele vem do alto e por isso dá testemunho do que viu em Deus (v. 32). Quem O aceita, acolhe a Deus. Sendo que Deus O ama, a opção pelo Cristo e pelo Pai resulta na vida eterna. Portanto, assumir na própria vida os desígnios de Deus, Seu projeto e as implicações éticas de fé Nele, como o compromisso com os que sofrem, é condição essencial para adentramos na vida nova, na vida eterna com o Cristo Ressuscitado.

As leituras desta quinta-feira da segunda semana da Páscoa, portanto, num plano geral, convidam-nos à fé em Cristo Jesus Ressuscitado. Tal prática expressa-se na fidelidade ao Senhor, aos Seus ensinamentos. Deve-se, por isso, com coragem e destemor, acolher as implicações da fé num Deus que garante-nos a vida eterna. Deve-se, por isso, primar por compromissos que assegurem a vida em plenitude a todos, sobretudo aos frágeis e oprimidos.