Reflexão do Diácono Mario Braggio

A A
05/05/2015 - 20:30

At 14,19-28  |  Sl 144  |  Jo 14,27-31a

Jesus se despede dos seus discípulos. A comoção é geral, contudo o Mestre está sereno, tranquilo.  Não se queixa e nem lamenta; suas palavras são de conforto e de esperança.

Ele está em paz e oferece essa mesma paz àqueles que ali se encontram deixando claro que não se trata da paz do mundo; da paz que se deseja ‘da boca para fora’; da ‘paz de ausência de guerra’; da ‘paz de cemitério’.

Essa paz do mundo é artificial e débil; um verdadeiro engodo. Alén de tudo é falsa, porque está contaminada pela injustça e mascarada pela hipocrisia. Dura enquanto duram as coisas sobre as quais se assenta. Tem curto prazo de validade, embora ignore-se sistematicamente isso.

O significado do shalom desejado por Jesus é denso, largo e profundo; é o que de melhor se pode desejar a uma pessoa. É a paz que vem da sua ressurreição; a paz que vem da vitória da vida sobre a morte.

A paz de Jesus não é sentimento passageiro ou ‘estado de espírito’. A paz de Jesus radica-se no amor e contagia a todos os que por ela deixam-se tomar, levando-os a agir de maneira fraterna e solidária, gerando verdadeira comunhão.

Como pode agir assim alguém que está prestes a morrer de maneira injusta, humilhante e violenta? Ora, Jesus ama, obedece e confia no Pai. Sabe que não será abandonado e que a sua morte não será o fim. Ninguém lhe tirará a vida; ele a entregará por amor.

A paz que recebemos de Jesus não é para ser possuída e, tampouco, ficar restrita aos nossos “Tabores”  particulares (cf. Mt 17,4). Nós a recebemos dele para promovê-la, leva-la adiante, disseminá-la e compartilhá-la – abundante e generosamente.

Não basta desejar a paz de Jesus. Há que se vivenciá-la  em casa, no trabalho, na vizinhança, na comunidade…