Reflexão do Cônego Celso Pedro

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12/07/2015 - 00:15

Am 7,12-15; Sl 84 (85); Ef 1,3-14; Mc 6,7-13

Décimo Quinto Domingo do Tempo Comum

Os Doze vão dois a dois fazer um exercício de Igreja em Missão. Partem sem nada, permanecem na mesma casa, pregam o arrependimento, expulsam demônios e ungem com óleo os enfermos. Jesus não foi bem sucedido na sinagoga de Nazaré, mas nem por isso deixou de ensinar nos povoados vizinhos. Quando lhe fecham a porta, ele abre uma janela. Os discípulos devem fazer o mesmo e precisam aprender. Partem dois a dois em missão, com normas precisas. Cajado, sandália e túnica podem ser anacrônicos, não, porém, sair dois a dois sem nada levar, abrigando-se onde forem acolhidos numa Igreja sem propriedades, que prega a conversão, enfrenta o poder demoníaco e cura os doentes. Sacudir a poeira dos pés em testemunho contra os que não os recebem, o gesto é também anacrônico, não, porém, seu conteúdo. Em tal gesto há uma força sobrenatural que acompanha o discípulo missionário e que lhe é garantida por Deus. Prestarão contas a Deus aqueles que não ouvirem os seus profetas. Assim também a cura com o óleo. O óleo pode ser medicinal. O óleo de girassol tem propriedades benéficas à saúde do ser humano. Diziam os romanos que uma divindade deve ser colocada junto de águas medicinais. Se a divindade não cura, curam as águas. O óleo medicinal é também sinal sacramental, sinal de presença de quem criou o céu e a terra. O discípulo missionário sem estruturas de proteção é alguém de fé e de coragem. Crê no que faz e enfrenta o demônio. A Palavra de Deus não é mágica. Os discípulos vão se defrontar com gente ruim, agentes e secretários do demônio. A batalha não será fácil, mas eles contam com o poder de Deus. Vão encontrar oposição desde a violenta até a diplomática. Assim foi com Amós a quem Deus mandou profetizar em Israel.