Reflexão do Cônego Celso Pedro

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21/06/2015 - 00:15

Décimo Segundo Domingo do Tempo Comum

Jó 38,1.8-11; Sl 107; 2Cor 5,14-17; Mc 4,35-41

Ventania e muitas ondas. Os discípulos perceberam o perigo e acordaram Jesus que estava dormindo. Dormia sobre um travesseiro, diz o texto, talvez para indicar que ele estava tranqüilo enquanto o mar e os discípulos estavam agitados. Os discípulos see dirigem a Jesus com um tom de voz nervoso, tom de briga. “Estamos perecendo o senhor não se importa?” Apesar do aspecto polêmico das palavras dos discípulos, há nelas uma profissão de fé. Eles não podem nada contra as forças da natureza, mas Jesus sim. Por que então ele não faz nada e fica dormindo? Conheciam os discípulos o livro de Jó no qual as forças da natureza têm sua origem em Deus e são por ele controladas e as ondas do mar em sua arrogância são por ele limitadas? Jesus se levanta e manda que cesse o vento e o mar se acalme. Volta-se em seguida para os discípulos e questiona sua fé. Estes por sua vez se contradizem com a pergunta; “Quem é este que o vento e o mar obedecem?”. O que Jesus espera dos discípulos? Que eles creiam que ele é mais forte do que as forças da natureza e tem domínio sobre elas? Ou que eles mesmos, com a fé, podem dominar a natureza? Olhemos com calma todos os acontecimentos para não perder nenhum de vista e sermos surpreendidos depois. Não percamos a calma, para não aumentar os problemas. Nada nos assusta, nem a morte, que faz parte da nossa existência e não é eterna. É passageira, passagem para a eternidade. O Titanic afundou e muita gente morreu por falta de barcos salva-vidas. O avião se chocou nos Alpes e morreram todos os viajantes porque o co-piloto ficou sozinho na cabine. É uma pena que Jesus tenha ido embora no dia da sua ascensão. Tivesse ficado e os problemas se resolveriam. Não faltaria gás para terminar o almoço que ficou pela metade. O amor de Cristo nos pressiona a nos ajudarmos uns aos outros e a superarmos nossas limitações. Se não pedimos que Deus cure nosso resfriado é porque a ciência humana já encontrou solução. Foi por isso que Jesus disse: “É bom para vocês que eu vá embora, se não o Espírito de solidariedade não virá”.