Reflexão do Cônego Celso Pedro

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07/06/2015 - 00:00

Décimo Domingo do Tempo Comum
Gn 3,9-15; Sl 130; 2Cor 4,13-5,1; Mc 3,20-35

O Evangelho de Marcos nos apresenta Jesus como aquele que veio enfrentar o poder demoníaco e restaurar a dignidade humana abatida pelo demônio, pelo pecado, pela morte. O demônio age por meio de pessoas que tiram a dignidade de homens e mulheres e impedem sua plena realização como seres humanos. O demônio tem seus agentes que corrompem tudo o que tocam. O demônio entra em ação travestido de serpente. Oferece aos primeiros pais um produto bonito e saboroso, com a falsa promessa da sabedoria. Na busca de uma vida sábia, deixam-se dominar pelas forças da morte. Isso não acontece simplesmente por impulso da natureza ou por circunstâncias. Há uma liberdade que toma decisões. O relato do paraíso nos diz que uma decisão foi tomada dentro do quadro histórico da humanidade, uma decisão oposta à vontade de Deus, ou simplesmente uma decisão errada com suas consequências. A partir daí a corrupção se generaliza e é alimentada pelas decisões livres de homens e mulheres ao longo das gerações que se sucedem. Jesus se opõe ao poder demoníaco, expulsa os demônios e, no entanto é acusado de estar possuído pelo príncipe dos demônios e de agir pela força de Belzebu. O que foi que Jesus fez para ser acusado por seus opositores? Ele curou um possesso que era mudo, diz São Lucas; que era mudo e cego, diz São Mateus. Ora diz Jesus, se eu devolvo a um homem a sua dignidade pela força de satanás, vamos ficar contentes, porque satanás está lutando contra si mesmo. Que vocês não me entendam e falem mal de mim, é compreensível. Vocês não sabem quem eu sou. O que não é compreensível é que vocês não fiquem felizes com a cura deste homem. Isto é pecar contra o Espírito Santo, contra o Amor. Não é fácil saber quem eu sou; mas permanecer indiferente diante de um ser humano igual a você, isso não é aceitável. Isso não tem perdão.