Reflexão do Cônego Celso Pedro

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24/05/2015 - 00:15

At 2,1-11; Sl 104; 1Cor 12,3-7.12-13 (Gl 5,16-25); Jo 20,19-23 (Jo 15,26-27; 16,12-15)

A primeira pregação apostólica no dia de Pentecostes não segue as orientações de Jesus. Jesus sempre disse que deviam anunciar o Reino, que o Reino de Deus estava próximo, e mostrar com sinais tal proximidade. Jesus nunca disse para anunciar a ele mesmo. No entanto, Pedro começa falando da pessoa de Jesus, morto e ressuscitado. Convoca todos à conversão e ao batismo em nome de Jesus para a remissão dos pecados com a promessa do dom do Espírito Santo. A aparente contradição entre Jesus que anuncia o Reino e Pedro que anuncia Jesus se desfaz se identificarmos Jesus com o Reino. Se aceito Jesus, trabalho para que o Reino aconteça. Se trabalho para que o Reino aconteça, estou fazendo o que Jesus quer. Aqui entra a presença do Espírito Santo que se manifestou no dia de Pentecostes. Ele nos leva a uma união íntima e profunda com a pessoa de Jesus e nos coloca silenciosa e respeitosamente no meio do povo para que o Reino aconteça. Os sinais do Reino são o cego que enxerga, o paralítico que anda, o abandonado acolhido. Quem mostra amor para com os mais esquecidos faz o que Jesus quer e revela que o Espírito Santo está ativo nele, porque “o amor de Deus foi derramado em nosso coração pelo Espírito Santo que nos foi dado”. Quem dá de comer a quem tem fome e de beber a quem tem sede faz o que Jesus quer e será acolhido por ele no céu, mesmo sem tê-lo conhecido nesta terra. Quem faz o que Jesus quer e o conhece persevera no bem que faz e não desanima porque conhece o Amor. Quem conhece Jesus e não faz o que ele quer contradiz a si mesmo e a verdade não está nele. O Espírito Santo se manifestou empurrando os apóstolos para fora do Cenáculo colocando-os em contato direto com o povo que tinha vindo para a festa. Deu-lhes coragem e a linguagem do amor para que fossem entendidos por todos.