Reflexão do Cônego Celso Pedro

A A
04/04/2015 - 16:15

Is 60,1-6  |  Sl 72  |  Ef 3,2-6  |  Mt 2,1-12

O Senhor é luz que ilumina. Deixar-se iluminar por ele, compete a nós. Este é um acontecimento de sempre e de todos os dias. Todos caminham à luz de Deus, e alguns se deixam iluminar. Estes vêem e querem a luz, seu rosto se ilumina, seu coração palpita, tesouros incontáveis se amontoam ao seu redor. Outros, também iluminados, não vêem e não querem. Talvez vejam, mas dizem não querer. O profeta vê a nova Jerusalém de pé iluminada e iluminando. Para ela convergem todos os povos, dos exilados ao reis de Madiã, de Efá e de Sabá. Na sua experiência de Deus, agora na presença do Deus encarnado, o evangelista São Mateus vê a luz no brilho da estrela, vê Madiâ, Efá e Sabá nos reis que vêm do Oriente, vê as riquezas do mundo concentradas no ouro, no incenso e na mirra, vê a palpitação do coração e o brilho do rosto na alegria do reencontro com a estrela no caminho novamente iluminado. Não é a nova Jerusalém que estamos vendo nem os últimos tempos da manifestação final. É a Jerusalém da terra, com Herodes no governo, com os sumos-sacerdotes e os escribas a interpretar as Escrituras, com uma aldeia chamada Belém, gruta e manjedoura, pastores e rebanhos, e a Mãe com o seu Filho recém nascido. Aqui é preciso procurar, andar, perguntar, escutar, proteger-se, voltar por outro caminho. Onde está o rei dos judeus que acaba de nascer? A pergunta assustou. Herodes, por que ter medo desta criança? Veja a alegria dos Reis Magos. Uma criança nunca é problema, dizia Dom Luciano, é sempre solução. Ao encontrarem o Menino com Maria, sua Mãe, ao lhe oferecerem ouro, incenso e mirra, Baltazar, Belchior e Gaspar tornaram-se possuidores de uma herança maior. A herança é o Menino.