“Quem tocou na minha roupa?” - Diácono Mario Braggio

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31/01/2017 - 00:15

Mc 5,21-43

Jairo, chefe de sinagoga, pessoa rica e influente, embora ligado aos fariseus e aos doutores da Lei prostra-se humildemente diante de Jesus e lhe pede insistentemente para que vá à sua casa para curar a sua filha. O seu amor sincero de pai e a fé em Jesus falam mais alto que tudo naquele momento. O Senhor, que vê com o coração, não hesita em acompanhá-lo no meio da multidão que o comprime de todos os lados.

Durante a caminhada, no meio de tantos, está ali aquela mulher que acredita bastar apenas tocar em Jesus para ser curada. Deve ser rica, pois há doze anos gasta dinheiro com médicos...

O homem se expõe; a mulher se esconde. Enquanto um busca a Jesus declaradamente, a outra o faz dissimuladamente, mas nem por isso deixa de ser percebida por ele. Os discípulos consideram a pergunta “quem me tocou” estranha e imprópria, afinal caminhavam pela rua num amontoado, espremidos por um grande grupo de seguidores. O Mestre insiste na busca até que a mulher se apresenta e, assim como Jairo, também cai a seus pés.

Jesus realiza dois milagres e cura duas mulheres – ricas, diga-se de passagem – mas necessitadas da sua ajuda. Em ambos os casos elas se levantaram. Mais do que curá-las, Jesus tocou na ferida da exclusão e do desprestígio da mulher, existente na sociedade do seu tempo. Ele contribuiu para que elas resgatassem a sua dignidade. De fato, o amabilíssimo coração do Redentor surpreende, cria, inova sempre...

As palavras “levanta-te”, “tua fé te curou”, “vai em paz e fica curada” permanecem vivas e atuais. Que elas sejam sempre fonte de inspiração, apoio, conforto e esperança para todos.

Que nós também sejamos uns para os outros portadores da mensagem do Salvador e que também pratiquemos ações que restituam a saúde, a dignidade e a vida para os outros, sobretudo nos tempos atuais e nesta sociedade tão discriminatória e excludente.