Quem é o maior na comunidade? - Raul de Amorim

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01/10/2015 - 10:00

Mt 18,1-5.10

Na leitura de hoje vamos meditar sobre um trecho do chamado “Sermão da Comunidade”. Muitas vezes, por causa de brigas internas na comunidade, as pessoas se afastam e se sentem excluídas. A comunidade de Mateus reuniu frases de Jesus que pudessem ajudar as comunidades do século I a superar o problema que enfrentavam: a saída das pessoas por causa do escândalo de alguns. É um alerta para as comunidades de hoje.

A pergunta dos discípulos é para Jesus oportunidade de fazê-los refletir sobre os valores que devem animar a vida da comunidade, ou seja, da Igreja, no meio de uma sociedade que costuma organizar-se a partir de referências contrárias ao projeto de Jesus.

Os discípulos querem um critério para poder entender a importância das pessoas na comunidade. No tempo de Jesus se media as pessoas pela riqueza, profissão, sobrenome e poder. Jesus responde a essa questão chamando uma criança! Criança não tem importância social, não pertence ao mundo dos grandes. Como entender isso?

Com esse gesto, Jesus ensina que a criança destituída de direitos e ignorada como pessoa, é tanto sinal das formas como Jesus se manifesta como expressão do desafio a ser enfrentado por quem queira ser seu seguidor: romper com os esquemas que colocam as pessoas em contínua competição.

A criança representa todas as pessoas sem importância na sociedade e na comunidade, inclusive as crianças. Jesus pede que os pequenos estejam no centro das preocupações da comunidade, pois “o Pai não quer que um só destes pequenos se perca”.

A nossa vida é constantemente condicionada pelos valores da sociedade. Muitas vezes levamos esses valores para a comunidade e com isso aparecem os problemas de disputas e a questão da superioridade em relação às outras pessoas. Precisamos voltar à nossa essência: “Se alguém quiser ser o primeiro, seja o último de todos e o servidor de todos” (Mc 9,35).

Para pensar: Na nossa comunidade, as pessoas se sentem bem ou encontram motivos para se afastar? Para rezar: “Ajudai-nos, Senhor, a acolher os pequenos!”