“Por fora bela viola, por dentro pão bolorento” - Diácono Mario Braggio

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24/08/2015 - 13:00

Jesus repreende duramente aqueles que deveriam ser exemplo de honestidade, coerência e retidão. Apesar de conhecerem e observarem a Lei faziam-no segundo os seus interesses pessoais, dando mais importância ao que lhes parecia oportuno e conveniente.

Em se tratando de comportamento humano, as aparências podem ocultar uma realidade diferente. Fariseus e mestres da Lei aparentavam serem fiéis cumpridores da Lei, mas Jesus não se deixa iludir pelo seu fingimento.

Assim como eles, nós também somos tentados a manter um comportamento de fachada. Podemos enganar a alguns ou, quem sabe, a muitos, mas não enganamos todo mundo; não enganamos a nós mesmos e, muito menos, a Deus.

Fariseus e mestres da Lei deveriam liderar o povo, contribuir para que este não se afastasse do caminho correto. Tal pastoreio, contudo, ficava comprometido à medida que o seu exemplo não se fundava na verdade, mas numa falsa devoção.

Jesus deu-nos exemplos inequívocos de amor ao próximo, de tolerância e de inclusão. Nem por isso deixou de ralhar com a turma das “duas caras”, do “um peso, duas medidas”, das conveniências.

“Por fora bela viola, por dentro pão bolorento”, diz o ditado. É o que somos todas as vezes que somos hipócritas, falsos e mentirosos. Todas as vezes que nos mostramos bons e agimos como se de fato o fôssemos, enquanto o nosso coração está cheio de maldade.

Justiça, misericórdia e fidelidade, atitudes explicitamente salientadas por Jesus, parecem continuar em falta hoje em dia. Estão mais presentes nos dicionários, como vocábulos, do que na realidade do cotidiano, em que o secundário ocupa o lugar do fundamental.

A nossa vida e a vida da nossa Comunidade devem pautar-se na coerência, na autenticidade, naquilo que é essencial. Isto é fácil? Não; nem um pouco, é verdade. Mas temos de nos esforçar para pôr em prática aquilo que faz o reinado de Deus acontecer.