O perigo das riquezas deste mundo - Diácono Mario Braggio

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18/08/2015 - 00:45

“Dificilmente um rico entrará no Reino dos Céus". O rico, preocupado com o acúmulo de bens, que ama o que possui acima de qualquer outra coisa e acredita poder comprar tudo e todos, só pensa em si mesmo, na satisfação das suas necessidades e na obtenção dos seus prazeres.

“Entrar no Reino” significa pertencer e participar da comunidade dos seguidores de Jesus. Ora, esse seguimento implica disponibilidade, desapego, pobreza, humildade, serviço. Contudo, o coração do rico está muito ocupado com o ter, o poder e o prazer, o que o torna indisponível para o outro e sem espaço para que a graça possa nele atuar.

O cristão não é funcionário de uma grande empresa chamada Igreja. Carteira assinada, plano de carreira, reajuste salarial, benefícios diversos, fundo de garantia e, por fim, aposentadoria. No céu, é claro.

O cristão não investe em si mesmo seguindo Jesus com o intuito de obter vantagens tais como saúde, paz, sucesso pessoal e profissional aqui na Terra e garantia de um bom lugar depois no Céu.

Seguir Cristo é, primeiramente, amá-lo e, por conseguinte, fazer o que ele fez: amar indistintamente os pobres, os doentes, os necessitados, os injustiçados, os excluídos e os marginalizados. Seguir Cristo é participar ativamente do cumprimento do projeto de Deus, que é a justiça que gera a liberdade e a vida para todos.

A pergunta de Pedro é instigante e desafiadora. Busca uma resposta confortante, um compromisso da parte do Mestre. Jesus responde solenemente que, depois da alegria de servir, com a chegada do Reino todos terão tudo o que necessitam e experimentarão a verdadeira felicidade – aquela que é fruto da fraternidade e da partilha.

Quanto aos ricos, ainda há tempo, pois, não é Deus que lhes fecha as portas do Reino, mas são eles que se mantém distante dele. Eles poderão entrar no Reino dos Céus, sim, desde que abandonem os ídolos deste mundo e se disponham a partilhar.