Não pegarão em armas uns contra os outros - Cônego Celso Pedro da Silva

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27/11/2016 - 00:15

Mt 24,37-44

Iniciamos o sagrado Tempo do Advento olhando para o Senhor que vem, que veio e que virá. O Advento nos prepara para a solenidade do Natal e nos prepara o encontro definitivo com Jesus, que virá em sua glória para julgar os vivos e os mortos.

A vinda de Jesus, o Filho do Homem, será como no tempo de Noé. Todo mundo vivia tranquilamente a vida de cada dia, quando, de repente, veio o dilúvio e arrastou a todos. Não havia indicações de que o dilúvio iria acontecer, por isso adiantaria em parte estar vigiando, como o homem que vigia a sua casa para não ser arrombada, mas não sabe a que horas virá o ladrão. Certamente importa vigiar e estar preparado. O Senhor pode chegar a qualquer momento e nos pegar de surpresa mesmo se estivermos vigiando, mas não nos pegará despreparados. Estaremos prontos para o encontro e prontos para partir com ele. Quando ele vier estaremos revestidos do Senhor Jesus, despidos das obras das trevas e vestindo as armas da luz, andando decentemente, não em orgias e bebedeiras, nem em devassidão e libertinagem, nem em rixas e ciúmes.

Vamos, então, até a Casa do Senhor para com ele aprender como andar bem vestido e como nos comportar enquanto estamos a caminho. Com todas as nações, vamos subir ao monte do Senhor e aprender a cumprir os seus preceitos, porque de Sião sairá o Ensinamento e de Jerusalém a Palavra do Senhor. Ele ensinará todas as nações a transformar as armas de destruição em instrumentos de produção, a não mais usarmos armas de guerra uns contra os outros; portanto a não vendê-las nem fabricá-las.

Tempo do Advento, tempo de preparação para o Natal, de preparação para a nossa morte, de preparação para o juízo final. A salvação está perto, é hora de despertar. Quem despertou se vestiu e se pôs em movimento. Revestidos de Cristo, com as armas da luz, entremos com coragem na batalha conosco mesmo e com os poderosos deste mundo. Conosco, controlando a comida e a bebida, controlando a busca de prazeres desenfreados, controlando as rixas e os ciúmes; com os grandes deste mundo, opondo-nos com energia e inteligência à fabricação de armas de guerra; criando, porém, uma cultura de justiça, de honestidade e de paz, porque facilmente substituímos bombas e canhões por pedras e paus. A cultura da paz, atingindo as mãos que causam violência, transformará os instrumentos de guerra em instrumentos de produção. Para poderem conviver, os habitantes de Nínive converteram-se socialmente da violência que tinham em suas mãos, diz o livro de Jonas.