Não fiqueis apavorados - Diácono Mario Braggio

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22/11/2016 - 00:15

Lc 21,5-11

A palavra apocalipse quer dizer revelação. No evangelho de hoje, Jesus utiliza uma linguagem apocalíptica para nos revelar sinais do fim do mundo. Deste mundo, da nossa história, é claro, pois o melhor virá depois: a vida eterna, em abundância, junto a Deus na sua glória.

Jesus não entra em detalhes e tampouco precisa quando isso irá acontecer. Mais do que fazer as contas de quanto tempo falta e administrar essa espera, há que se viver o presente à luz dos valores e da lógica do Reinado de Deus.

O Senhor não quer assustar ninguém. Não faz ameaças, como alguns poderiam pensar. Não quer “causar”, como dizem os jovens. Ele sabe, na realidade, que nós somos fortemente influenciáveis e nos deixamos levar pelos medos das perdas, do sofrimento e da morte. Ele não quer que justamente esses temores venham a orientar a nossa vida, mas, sim, a fé e a esperança na sua promessa. “Não fiqueis apavorados” (cf. Lc 21,9).

Nós nos deixamos encantar com as coisas deste mundo. Apegamo-nos ao que achamos belo, ao que nos traz conforto e comodidade. Buscamos conveniências. Tudo isso, porém, é passageiro, transitório.

A nossa vida não pode se alicerçar em solo aterrado e tampouco em terreno pantanoso. Beleza física, juventude, fama, poder, bens materiais... tudo isso passará. Quem, portanto, baseia a sua vida nesses valores, mais cedo ou mais tarde “ficará na mão”, sozinho, deprimido, “a ver navios”.

Jesus nos alerta em relação à falsa esperança depositada nas coisas deste mundo, nos valores efêmeros e relativos. Ele usou o Templo como exemplo: mesmo sendo grande, robusto, rico e belo não estava imune à destruição; não iria durar eternamente.

Não nos preocupemos com o dia e a hora. Preocupemo-nos apenas em amar; em sermos bons, justos, solidários e fraternos. Enfim, as leituras reservadas para o dia de hoje são um convite ao amor, à alegria e à paz.