Maria: aurora do Sol da Justiça, da Luz dos Povos - Diácono Mario Braggio

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08/09/2015 - 08:45

“Cumprindo-se o tempo para Ana, concebeu no nono mês. E perguntou à parteira: "A quem dei a luz?" Respondeu a parteira: "A uma menina". Exclamou Ana: "Eis que minha alma foi exaltada!" E colocou a menina no berço. Quando cumpriu-se o tempo definido pela Lei, Ana purificou-se e deu de mamar à menina. E pôs-lhe o nome de Maria” (Protoevangelho de Tiago V,2).

O que se sabe a respeito do nascimento de Maria está contido nos evangelhos apócrifos. Filha de Joaquim e de Ana, já idosos, nasceu – assim o cremos – pela graça de Deus e como presente para toda a humanidade.

Esposa de José, dela nasceu o Cristo, como registra Mateus de maneira surpreendente na conclusão da genealogia de Jesus, pois, ao invés de afirmar que José gerou Jesus, o evangelista assevera que o nascimento do Salvador se deu “por meio de Maria” (Mt 1,16).

Festejar o nascimento de Maria é motivo de grande alegria para todos nós. São João Damasceno, em sua homilia sobre a natividade da Mãe do Redentor, refere: "Hoje é o começo da salvação do mundo, porque na Santa Probática foi-nos gerada a Mãe de Deus através de quem o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo, nos foi gerado."

Aos nossos olhos talvez não haja nada de extraordinário no nascimento e na vida de Maria. A considerar estes tempos difíceis em que vivemos e seus respectivos contravalores, menos ainda. Afinal, de que valem a discrição, a humildade e a simplicidade, por exemplo, nesta sociedade em que muitos desejam ser os primeiros, os mais fortes, os mais poderosos, os mais ricos e os mais admirados? Não é de hoje que as coisas importantes para Deus passam despercebidas aos nossos olhos...

Ao olhar para as representações de Maria Menina recém-nascida, envolta em panos, vemos um bebezinho comum, frágil e dependente.  Contudo, quem de fato ali está representada é a aurora que antecede o nascimento do Sol da Justiça, da Luz dos Povos.