Discípulas e Missionárias no Tempo de Jesus - Raul de Amorim

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17/09/2015 - 17:45

O texto de hoje dá continuidade ao evangelho de ontem que falava da atitude surpreendente de Jesus para com as mulheres, quando defendeu uma moça conhecida na cidade como pecadora contra as críticas de um fariseu. Nesse episódio transparecem o inconformismo, a resistência das mulheres no dia a dia e o acolhimento que Jesus lhes dava. Vamos ver de perto a leitura de hoje.

Lc. 8,1: Quem segue Jesus - A leitura começa descrevendo a situação: Jesus percorria cidades e povoados, pregando e anunciando a Boa Nova do Reino de Deus e os doze estão com ele: Simão, a quem chamou de Pedro, e seu irmão André; Tiago e seu irmão João, Filipe e Bartolomeu, Mateus e Tomé; Tiago, filho de Alfeu, e Simão chamado Zelota; Judas, filho de Tiago, e Judas Iscariotes, que se tornou traidor. (Lc. 6,14-16)

Lc. 8,2-3: O que surpreende neste capítulo é a citação de mulheres: Lucas as coloca em pé de igualdade, pois ambos seguem Jesus. Elas são parte integrante do grupo que acompanha Jesus: Maria, chamada Madalena, da qual tinham saído sete demônios (doença muito grave); Joana, mulher de Cuza, alto funcionário de Herodes e Suzana. O evangelista diz que muitas outras seguiam Jesus e O serviam com os bens que possuíam.

Diferente dos mestres da época, Jesus aceita mulheres como seguidoras e discípulas, o que chocava a sociedade da época. A comunidade nova vai sendo formada a partir daqueles que são marginalizados, como eram as mulheres.

A força libertadora de Deus atuante em Jesus faz a mulher se levantar e assumir sua dignidade (Lc.13,13). Jesus é sensível ao sofrimento da viúva e se solidariza com a sua dor (Lc.7, 11-17). O trabalho da mulher preparando alimento é visto por Jesus como sinal do Reino (Lc 13,20-21). A viúva persistente que luta por seus direitos é colocada como modelo de oração (Lc. 18.1-8). Numa época em que o testemunho das mulheres não era aceito como válido Jesus escolhe as mulheres como testemunhas da sua morte (Lc. 23,49), sepultamento (Lc. 23,55-56) e ressurreição (Lc. 24,1-11. 22-24).