De longe Jesus nos vê debaixo da figueira - Diácono Mario Braggio

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28/09/2015 - 09:45

Quando Filipe disse ao seu amigo Natanael (o nome significa dom de Deus) que Jesus – natural de Nazaré – era aquele de quem falaram Moisés e os profetas, Natanael não lhe deu crédito, pois, sendo um estudioso das Escrituras, sabia que o Messias deveria nascer em Belém. Filipe, por sua vez, chamou-o para ver por si mesmo e tirar suas próprias conclusões.

Duas atitudes de Filipe servem de exemplos para aqueles que desejam seguir o Mestre: 1ª) ele anuncia, comunica, apresenta, fala de Jesus; 2ª) ele não censura a réplica aparentemente deseducada e preconceituosa do amigo; tampouco fica zangado com ele; propõe-lhe, isto sim, um desafio pedagógico: “Vem e verás”. Pois Natanael vai e, conhecendo o Dom de Deus, se converte.

Ao ver Natanael aproximando-se, Jesus o acolhe com um generoso elogio. Para nós, não é nada simples entender o que Jesus quis dizer quando afirmou que já o tinha visto debaixo da figueira (provavelmente enquanto rezava e meditava sobre as Escrituras, algo comum àquela época). Mas ele compreendeu muito bem a antevidência de Jesus, que demonstrou conhecê-lo intimamente. Ficou de tal maneira impressionado que, reconhecendo nele o Messias, espontânea e imediatamente declarou sua fé no Mestre, Filho de Deus e Rei de Israel. 

De acordo com parte dos estudiosos, Natanael tornou-se discípulo de Jesus vindo a ser o apóstolo chamado Bartolomeu nos evangelhos sinóticos.

Muitos de nós temos ideias errôneas e distorcidas de Jesus. Muitos de nós o renegamos. Mesmo assim ele estará sempre disponível para nós. Ele nos conhece no mais profundo do nosso eu; ninguém mais do que ele sabe o que se passa na intimidade do nosso coração. De longe ele nos vê e nos chama. O nosso desafio é descobrir nele o Salvador, o único mediador entre Deus e a humanidade, e segui-lo como verdadeiros discípulos missionários.