QUINTA-FEIRA DA 4ª SEMANA DA QUARESMA
Leituras: Ex 32, 7-14 / Sl: 105 / Evangelho: Jo 5, 31-47
Pressurosos seguimos nossa caminhada rumo à celebração maior de nossa fé, a paixão, morte e ressureição de Jesus. Através do tempo quaresmal moldamos nosso coração, nossa vida e nossa história em vista de celebrarmos de forma mais digna esse tão excelso mistério da vida Cristã.
Nesse espírito, a liturgia desta quinta-feira da quarta Semana do tempo quaresma exorta-nos a volver nosso olhar para a aliança que desde tempos imemoriais Deus fez conosco e a professar com ações concretas a fé em Jesus, verbo de Deus encarnado, entre os homens.
A primeira leitura, extraída do Livro do Êxodo, retrata o desvio de conduta do Israelitas e a intercessão de Moisés junto ao Senhor em favor desse povo. Conta-nos o texto que os filhos de Israel construíram um bezerro de ouro e o adoraram com a intenção de substituir o Deus que os havia libertado (v.8). A reação de Deus é colérica, decide destruir o povo (v.9). Moisés ciente da aliança do Senhor e de sua fidelidade a ela, súplica clemência para os seus (v.10). Deus, justo e misericordioso, acede a súplica do seu servo, preserva o povo. Alerta-nos essa leitura para dois elementos. Primeiro, o risco constante ao qual a humanidade está sujeita :desviar-se do Senhor; Segundo aponta-nos que Deus concede aos seus escolhidos, aos seus filhos, em todos os tempos, a graça de interceder em favor dos frágeis e dos que se perdem.
O salmo desta liturgia explícita a tentação da humanidade em perder-se bem como demostra o insondável mistério da intercessão e da misericórdia abundante do Senhor. O Evangelho por seu turno, segue o diálogo de Cristo com os judeus. Nesta altura, Jesus apresenta ao seus interlocutores as razões de sua ação, pois ele havia curado um paralítico e o filho de um oficial Romano ( Jo 4,46ss; Jo 5,ss). Jesus assegura que realiza toda sua atividade em nome de Deus, pois é o amor de Deus que ele veio dar testemunhar (v,31.41). Já antes, João Batista apontava a sua vinda (v.35) e a própria escritura falava de sua chegada (v.46) o que alguns não aceitavam. O Apelo implícito deste evangelho é que aprendamos a reconhecer nas obras de Jesus o amor e a bondade ilimitada de Deus e, ao mesmo tempo, pratiquemos sua bondade entre os homens pela fé nesse ressuscitado que seguimos.
Em síntese as leituras da liturgia desta quinta feira do tempo quaresmal buscam moldar nosso coração para o Senhor. Apontam-nos para tentação humana de desviar-se do caminho de Deus e, por conta disso, instigam a necessidade de constante vigilância. Ao mesmo tempo, recordam o amor misericordioso do Senhor e desafiam os homens e mulheres de nosso tempo a uma corresponsabilidade pelo bem da humanidade (intercessão) sobretudo agindo em favor dos mais frágeis para que o mundo creia ainda mais na força do evangelho e do amor.
*Pe. Reuberson Ferreira, M.S.C é mestre em teologia - PUC/SP. Trabalha na Paróquia S. Miguel Arcanjo, Arquidiocese de São Paulo.