Jesus não quer que os seus discípulos se deixem influenciar pelo milagre da partilha dos pães achando que ele fará tudo por eles. Ele não quer abandonar o projeto de Deus, por isso reza por ele mesmo e por aqueles que o seguem.
A barca é figura da comunidade cristã, que cruza os mares com a missão de repartir o pão com todos os povos. Nem todos, porém, se sentem seguros e tampouco estão dispostos a se entregar a ela.
Pedro quer fazer o que Jesus fez; deseja participar da sua condição divina andando sobre a água. Faz-lhe um desafio. Contudo, sua fé baseia-se no poder de Jesus de “fazer milagres” e não na força do amor. O medo diante das dificuldades faz com que ele duvide, e ele acaba afundando.
Você e eu não somos diferentes de Pedro. Quantas vezes não duvidamos ao nos depararmos com os problemas e as dificuldades que a vida nos apresenta? Quantas vezes achamos que Deus nos abandonou ou se esqueceu de nós? Quantas vezes o desafiamos a atender nossos pedidos e caprichos?
É nas adversidades, nas ocasiões de amargura e de sofrimento que a nossa fé é colocada à prova. Qualquer um de nós pode vacilar...
Nossa fé tem de evoluir. Não deixa de ser curioso o fato de que nos tornamos adultos, independentes e competentes em tantas coisas, e conservamos uma fé infantil – quando não infantilizada – capaz de se abalar por muito pouco e esmorecer por quase nada. Isso se repetirá até que passemos a confiar prá valer em Deus e no seu projeto.
O Jesus histórico, de carne e osso, não se encontra mais no meio de nós, é verdade. Mas Jesus está conosco, sim! Está presente na Eucaristia, na Palavra, no outro. A sua presença nos acalma, nos tranquiliza, nos dá conforto e segurança.
No auge do desespero Pedro recorreu a Jesus e ele o salvou. Estendeu a mão e o segurou. Nós também só seremos salvos se segurarmos na sua mão.