O dia da padroeira do Brasil foi dia de festa para os fieis católicos da favela do Jacaraípe, também conhecida como favela do Peu, na Vila Prudente, com a inauguração da nova capela da Comunidade Nossa Senhora Aparecida.

A comunidade pertence à área pastoral São José Operário, que compõe cinco comunidades em favelas da região (São Francisco - Ilha das Cobras, Nossa Sra. Aparecida - Favela Jacareipe, Santa Terezinha do Menino Jesus - Sabesp, Santo Eugênio - Viaduto Pacheco Chaves e Comunidade São José Operário - favela da Vila Prudente). Essas comunidades são atendidas pelos missionários espiritanos e por uma comunidade religiosa intercongregacional.

Antes da missa, presidida pelo Pe. Miguel Fuldy, CSSp, e concelebrada pelo Pe. Assis Tavares, CSSp,  os fieis caminharam em procissão pelos becos e vielas da favela. A celebração também comemorou os 50 anos de vida religiosa de Ir. Augusta Culpo, da Congregação das Filhas de Maria Missionária.

A missa de inauguração do espaço, e dedicação da comunidade a Nossa Senhora Aparecida, contou com a benção do novo altar com o óleo da crisma, onde foi depositada uma relíquia do Beato Daniel Brottier, missionário espiritano. 

Com mais de 60 pessoas, muitos ficaram do lado de fora acompanhando a celebração, por conta da limitação do espaço. Houve ainda a investidura de seis ministros extraordinários da Sagrada Comunhão, preparados pela comunidade, para auxiliar nas celebrações.

A comunidade Nossa Senhora Aparecida surgiu há quase uma década, fruto de um trabalho missionário de evangelização de muitos anos. A primeira capela da comunidade ficava em um barraco num beco apertado da favela, sem ventilação nenhuma. Com essa situação a comunidade achou por bem procurar outro local para as reuniões dominicais.

Há cerca de três anos foi comprado um novo espaço, na rua que dá nome à favela, para que a comunidade pudesse celebrar. Mas há apenas três meses o espaço começou a ser utilizado.

Com a colaboração de parentes e amigos da Ir. Augusta, da Itália e de confrades de Pe. Miguel, da Irlanda, a comunidade conseguiu organizar o espaço celebrativo, inaugurado na festa da padroeira, Nossa Senhora Aparecida.

Na homilia, Pe. Miguel recordou: “tenho lembranças boas da capelinha lá dentro [da favela]. Foi lá que eu conheci a comunidade. Era simples, mas muito bem cuidada”. E continuou “a gente pode ter uma catedral bonita e não ter gente, não ter comunidade”, destacando “a dedicação, o carinho e a luta” do povo.

Erivaldo Tenório Santos, conhecido por todos como ‘Amigão’ é uma liderança da comunidade e um dos ministros investidos na festa da padroeira. Pra ele, a “comunidade está crescendo”, e explica o motivo “não tínhamos espaço suficiente, mas agora já tem e estamos percebendo um crescimento”.

“Gosto da comunidade do jeito que ela é”, expressa Amigão, citando o curso de bijuteria e o estudo bíblico realizado no local.

Para Ir. Augusta, que acompanha a comunidade há quatro anos, celebrar 50 anos de vida religiosa, junto ao povo “é uma gratidão a Ele, é um compromisso de ser fiel a esse chamado de ser, na gratuidade, o amor misericordioso Dele, por meio de Jesus Cristo. E o compromisso também de imitar Nossa Senhora, ela foi a representante da feminilidade de Deus no meio do povo”.

Nas paredes da capela estão duas obras de arte que foram presente do artista sacro Guto Godoy: uma pintura do Cristo Pantocrator e outra é um nicho para Nossa Senhora. Na entrada há uma placa de agradecimento “para perpétua memória”, em agradecimento aos missionários e aos seminaristas espiritanos, às religiosas Agusta Culpo, Ir. Marialda Cardoso, Ir. Ana Melo e ao missionário redentorista, Frater Maurício de Oliveira, que doou à capela uma imagem fac-símile da padroeira do Brasil e da comunidade.