A Pastoral Católica dos Trabalhadores dispõe de Casas de Retiro localizadas em São Paulo, Mogi das Cruzes, Ouro Preto e Petrópolis.
Fazem parte da Pastoral Católica dos Trabalhadores o Sacerdote Orientador, no momento o Frei Luís Maria Sartori, a Congregação das Missionárias de Cristo Operário e todos os fiéis trabalhadores católicos comprometidos com essa pastoral.
Dentre os leigos apóstolos haverá sempre uma equipe responsável como presidente, vice-presidente, secretário, 2º secretário, tesoureiro e 2º tesoureiro.
Mas o que será esta tal de Pastoral do Trabalhador? O que vem a ser pastoral? Falando catolicamente, pastoral é levar as mensagens do Evangelho que são sobrenaturais a serem aplicadas aos problemas humanos. Estas aplicações do sobrenatural aos problemas naturais de justiça, resolvidos pela graça divina, trazem o equilíbrio ou a salvação dos homens injustiçados. Tal aplicação da graça sobrenatural aos problemas de injustiça humana deu origem à Doutrina Social da Igreja. Pastoral é a arte da aplicação da justiça cristã ou evangélica, aos problemas humanos, onde a injustiça leva a um tratamento errado dos homens de uma classe. Como então levar tal justiça, pastoralmente, para a solução de tais injustiças?
Esta arte da solução de tais injustiças leva-nos a considerar vários pontos. Para começar, perguntemo-nos o que vem a ser esse tal mundo? Mundo é um termo universal, composto de vários singulares. E os singulares que, em sua soma, formam tal mundo do trabalho, são as empresas. É da soma dos particulares que se forma o geral, o universal, o mundo.
O mundo do trabalho existe porque existem as entidades particulares do trabalho, as empresas. O homem em cada pessoa é composto de vários órgãos, pois pode acontecer que por causa de um mal particular no estômago, todo o corpo se ressinta e passe mal. Existem problemas gerais, mas, geralmente, são a soma dos particulares. Então é bom começar a resolver, pela raiz, os problemas particulares, para se chegar aos gerais e universais .O mundo universal do trabalho se compõe de empresas particulares. E cada empresa particular se compõe de empresários, executivos, operários e funcionários, cada qual exercendo um papel diferente, mas conjugado com o trabalho dos demais e de todos. A pastoral que atingir essas quatro componentes de uma empresa, estará atingindo o mundo do trabalho em sua raiz.
O mundo do trabalho se concretiza na empresa, e na empresa são os homens que a compõem que são o alvo da pastoral, e nestes homens o aspecto que nos interessa é o fato deles trabalharem. A sua marca específica, radical, é o trabalho.
Daí a importância de definirmos corretamente o que vem a ser o trabalho. O trabalho não é uma coisa, embora, na maioria dos casos, gire em torno de produção de coisas. O trabalho não é mercadoria que se vende. O trabalho não é refúgio forçado de quem não tem outro jeito de viver.
Se os homens soubessem definir e viver bem a verdadeira noção do trabalho. O trabalho é o homem em ação!
A parte humana do trabalho é muitas vezes esquecida, para se chamar a atenção somente ou principalmente para a parte ligada a coisas materiais que produz. O trabalho como ação humana vale mais por ser ação humana do que por aquilo que produz. É um ser consciente e livre, dotado de uma alma imortal, quem sabe um cristão, filho de Deus, que pode estar transformando, quem sabe, esta sua ação em oração, em penitência, em salvação e santificação de suas vidas e conquista de sua eternidade. Trabalho, para ser ação humana, tem que estar acompanhado da parte humana da voz, da palavra.
Se não for acompanhado da palavra, o trabalho vira ação maquinal, inconsciente, autômata, pura repetição de gestos físicos, escravizante, portanto, do homem, filho de Deus.
E palavra inclui necessariamente participação, diálogo, entendimento mútuo, soma de opiniões, direção conjunta da empresa. Voz com vez de voto.
Frei Luís Maria Sartori, OFM, é assessor da Pastoral Católica dos Trabalhadores.