Feito cardeal pelo Papa Paulo VI em 5 de março de 1973, no Vaticano, em celebração acompanhada por 7 mil pessoas, Dom Paulo Evaristo Arns recebeu calorosa acolhida no retorno à Arquidiocese de São Paulo em 18 de março daquele ano.
Naquele domingo, reuniram-se na Praça da Sé aproximadamente 10 mil fiéis, a maioria deles com rosas nas mãos, atendendo a um convite da Arquidiocese de São Paulo para uma saudação surpresa ao novo cardeal da Igreja.
Com a Catedral da Sé completamente lotada, Dom Paulo dirigiu-se aos fiéis lendo uma mensagem, na qual recordou o pedido do Papa Paulo VI para que os novos cardeais agissem especialmente pela construção de uma paz justa e duradoura; pela busca de um ecumenismo autêntico e pela fidelidade e comunhão.
Dom Paulo, em seu discurso, fez referências aos bispos, padres, religiosos, às famílias, aos jovens e a todos os leigos e leigas, e enfatizou o que significava para ele a partir daquele momento ser um cardeal da Igreja: “Em nenhum momento, nos consideramos homenageados como pessoa particular e sim como representante do nosso Estado e da nação brasileira, para que procuramos atrair as bênçãos do céu, a simpatia e a verdadeira amizade dos irmãos responsáveis pela história de nossos dias”.
Aquele que se tornaria mundial conhecido como o “Cardeal da Esperança” também deixava claro, já naquelas primeiras palavras, que o grau mais próximo de colaboração direta que teria com o Papa era para um chamado para um empenho ainda maior com a evangelização de todos. “Meus amigos, voltamos de Roma como de São Paulo partimos: homem pobre, simples e limitado, mas cheio de amor a seu povo e à Igreja. Em seu meio, meus amigos, e consigo, por intercessão de Nossa Senhora Aparecida, seremos portador de Cristo e de sua mediação para todos os homens que devem ser salvos”, concluiu Dom Paulo em sua mensagem.
Dom Paulo era o Cardeal mais antigo da Igreja, criado pelo Papa Paulo VI.
Com informações do Jornal O SÃO PAULO de março de 1973