Vida religiosa consagrada: esperança e fidelidade ao chamado de Deus

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No terceiro domingo de agosto, a Igreja convida a rezar e refletir sobre a vida religiosa consagrada, homens e mulheres que doam suas vidas a serviço do Reino.
Publicado em: 24/08/2021 - 14:45
Créditos: Redação

Na vigília da Solenidade da Assunção de Nossa Senhora, padroeira da Catedral da Sé, o Cardeal Odilo Pedro Scherer presidiu a missa na tarde do sábado, 14, por ocasião da abertura da semana dedicada à vida religiosa consagrada, que é celebrada de 15 a 21 de agosto.

A missa teve entre os concelebrantes Dom Ângelo Ademir Mezzari, RCJ,  Dom Carlos Lema Garcia, Dom Jorge Pierozan e Dom Carlos Silva, OFMCap, Bispos Auxiliares da Arquidiocese, e contou com a presença de representantes do Regional São Paulo da Conferência dos Religiosos do Brasil, em São Paulo (CRB-SP), sacerdotes, provinciais e religiosos de várias congregações masculinas e femininas.

No início da celebração, o Arcebispo Metropolitano recordou a Solenidade da Assunção de Nossa Senhora, que recorda o dogma mariano, proclamado em 1º de novembro de 1950 pelo Papa Pio XII, no qual se afirma que a Virgem Maria, após sua morte, foi assunta, em corpo e alma ao céu.

“Maria elevada ao céu, dá sentido e esperança às nossas ações, seguimento e responsabilidades de cada dia. Ela é a mãe que olha e intercede por nós, seus filhos”, disse.

Maria: exemplo de consagração

Na homilia, Dom Odilo recordou que a Mãe de Jesus é o grande exemplo de consagração e fidelidade ao chamado divino.

“Nesta festa da Assunção, recordamos que Maria é a grande consagrada a Deus que colaborou plenamente com a obra divina, sendo assim, associada a Jesus na glória celeste, ao ser elevada ao céu. Maria é para os consagrados e consagradas, e para toda a humanidade, um grande sinal de esperança no seguimento de Jesus, um sinal seguro do que Deus prepara para todos que o amam e o acolhem na fé”.

O Arcebispo afirmou que aqueles que se consagram a Deus na vida religiosa devem viver a exemplo de Maria, anunciando a esperança fundada no Evangelho e nas promessas de Cristo, firmes no ideal e com os olhos fixos na meta de chegar à plenitude da vida e da redenção, como Nossa Senhora.

Renovação e compromisso

Dom Odilo lembrou que nos muitos momentos de dificuldades, ao longo da história, inclusive o que a humanidade agora atravessa com a pandemia de COVID-19, a vida religiosa consagrada foi capaz de se renovar e ser sinal de esperança.

“A pandemia impôs muitas restrições, mas também trouxe um novo olhar, um novo sentido para as urgências da evangelização. A vida consagrada religiosa é, na Igreja, testemunha da esperança, por meio dos votos da vida consagrada, baseados na esperança do Evangelho, na esperança dos grandes bens da redenção e da vida eterna”, afirmou, exortando os religiosos a amadurecer a fé, a missão e o compromisso com os irmãos, pois quem “está plenamente disponível a Deus, está disponível aos irmãos”, disse.

Dom Odilo convidou todos os consagrados a renovar a vivência da caridade, da fraternidade, do ardor missionário e a entrega a Deus.

Celebrar a vocação

“Cristo nos salva e nos envia” é o tema  da Semana Nacional da Vida Consagrada e o lema “Quem escuta minha palavra, possui a vida eterna” (Jo 5,24). A temática é extraída da exortação apostólica Christus vivit, publicada pelo Papa Francisco em 2019, e enfatiza o encontro pessoal com Jesus Cristo.

Irmã Inês da Costa Camargo é religiosa das Irmãs Franciscanas da Terceira Ordem Seráfica e atua como secretária da CRB-SP. Ela destacou a importância do tema a ser refletido e enfatizou que a vida consagrada é chamada para ser, no mundo, um sinal de esperança.

“É Cristo a nossa própria esperança. Em meio a tantas realidades de dor e sofrimento, somos enviados a proclamar essa esperança pela vivência da sua Palavra”, disse, ressaltando, ainda, que celebrar a vocação religiosa quer ser, também, uma oportunidade de apresentar aos jovens um pouco mais da vida e missão dos consagrados”.

Sinais de esperança

Antes do término da missa, Padre Rubens Pedro Cabral, OMI, Coordenador da CRB-SP, agradeceu o testemunho e os sinais de esperança da vida consagrada semeadas na Arquidiocese de São Paulo.

Ele destacou a mensagem do Papa Francisco por ocasião do Congresso Virtual Continental de Vida Religiosa, convocado pela Conferência Latino-Americana e Caribenha de Religiosos e Religiosas (CLAR).

“A vida consagrada é especialista em comunhão; é itinerante e promotora de fraternidade. Cada religioso(a) tem a responsabilidade de viver uma inculturação para, de fato, evangelizar as culturas”, disse o Padre, a partir da carta enviada pelo Pontífice.

O Sacerdote reforçou ainda, o apelo para os consagrados manterem o senso de humor e viverem a alegria em suas múltiplas formas: “A alegria é característica das pessoas que se colocam no caminho de seguimento e que doam suas vidas para amar e servir a Cristo e aos irmãos”.

Rezar pelas vocações

Dom Ângelo Ademir Mezzari, RCJ, Bispo Auxiliar da Arquidiocese e Referencial da Coordenação Pastoral dos Ministérios Ordenados, exortou os religiosos a permanecerem firmes na oração, na missão de evangelizar, a rezar pelas vocações e a promovê-las na Igreja.

“Unamo-nos na oração pelas vocações sacerdotais e religiosas consagradas. A oração é necessidade prioritária para a Pastoral das Vocações, pois é de uma comunidade orante que brotam as vocações para a Igreja”, afirmou.

O Bispo incentivou a todos para que rezem pela fidelidade e perseverança dos vocacionados e pela fecundidade ministerial dos que já vivem sua vocação a serviço da Igreja e dos irmãos. “O testemunho dos ministros ordenados e dos religiosos é um exemplo e motivação para o seguimento dos futuros vocacionados”.

Dom Ângelo destacou, ainda, que os religiosos são chamados a viver a própria vocação, a exemplo de Maria, que soube ouvir e dizer “sim” ao chamado divino “Eis-me aqui, faça-se em mim segundo a tua Palavra” (Lc 1,38).

Por fim, Dom Odilo agradeceu o trabalho missionário e profético da CRB e exortou os religiosos a permanecerem firmes na missão e carisma. Também pediu que continuassem a rezar pelas vocações sacerdotais e religiosas.

Fotos: Luciney Martins/O SÃO PAULO