Um arcebispo de múltiplas ações

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Principais iniciativas do Cardeal Arns no período em que esteve à frente da Arquidiocese de São Paulo
Publicado em: 08/12/2016 - 19:45
Créditos: Daniel Gomes e Fernando Geronazzo/ Jornal O SÃO PAULO

Como arcebispo metropolitano de São Paulo, entre 1/11/1970 e 22/5/1998, Dom Paulo Evaristo Arns ordenou 284 sacerdotes.

A sensibilidade pastoral de Dom Paulo para as necessidades próprias de uma Igreja particular como São Paulo resultou em iniciativas pioneiras que existem até hoje.

Casa São Paulo

Dom Paulo se preocupou com os padres idosos e enfermos. Por isso, na década de 1990, mobilizou a Arquidiocese em uma campanha para a construção da “Casa do Padre”, inaugurada em 1993 com o nome de Casa São Paulo. A construção moderna e projetada para acessibilidade e conforto de seus moradores, abriga também padres professores da Faculdade de Teologia, próximo do seminário para que padres de diferentes gerações e vocacionados possam conviver e compartilhar experiências.  

Povo da rua

Com o objetivo de organizar um acompanhamento pastoral das pessoas em situação de rua na cidade, o Cardeal Arns criou, em 1993, o Vicariato Episcopal para o Povo da Rua, delegando um padre para, em seu nome, atuar diretamente junto a essa realidade. Em 1994, Dom Paulo construiu a Casa de Oração do Povo da Rua, no centro da capital, com o dinheiro recebido do prêmio da fundação japonesa Niwano, em favor da construção de uma sociedade de paz. 

Comunicação

Tendo em vista “a urgência da evangelização na cidade, a prioridade da comunicação e sua importância para a transformação social da cidade”, Dom Paulo instituiu, em 1992, um Vicariato Episcopal para a Comunicação. Além de articular os meios de comunicação da Arquidiocese e a Pastoral da Comunicação, estreitou os laços da Igreja com a imprensa, bem como o acompanhamento pastoral dos profissionais de comunicação.

Comissão Justiça e Paz

Criada em 1972, em meio às repressões do regime militar, a Comissão Justiça e Paz de São Paulo foi uma iniciativa do Cardeal Arns para assegurar os direitos dos perseguidos políticos e seus familiares. A Comissão teve destacada atuação na denúncia das mortes de Alexandre Vanucchi, Vladimir Herzog, Manoel Fiel Filho e Santo Dias da Silva. Também atuou internacionalmente em favor dos refugiados políticos do Chile, Argentina, Uruguai e Paraguai Ainda hoje, está mobilizada para a defesa dos direitos humanos.

Centro Santo Dias de Direitos Humanos

Diante da crescente violência policial na cidade de São Paulo, especialmente contra a população mais pobre, Dom Paulo Evaristo Arns criou em 1980 o Centro Santo Dias de Direitos Humanos (CSD). Em um tempo em que não havia a Defensoria Pública paulista, o Centro prestou assistência jurídica gratuita para vítimas de violência policial e seus familiares. O CSD segue atuando no combate e denúncia da violência policial. 

Publicado no Jornal O SÃO PAULO em 30 de junho de 2016

Especial Dom Paulo Evaristo Arns