Todos devem se envolver na socialização e integração das pessoas com deficiência

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Carlos Campos, coordenador da Pastoral da Pessoa com Deficiência, participou do programa “Espaço Mulher”
Publicado em: 27/09/2018 - 16:30
Créditos: Redação

Em 21 de setembro, é celebrado o Dia Nacional de Luta das Pessoas com Deficiência. A data foi oficializada em 2005, pela lei Nº 11.133, porém desde 1982 já eram realizadas comemorações.

É considerado pessoa com deficiência, toda aquela que apresenta impedimento a longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, impossibilitando sua efetiva participação social, de maneira igualitária. A lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015, conhecida como Estatuto da Pessoa com Deficiência, prevê entre outras mudanças, o uso da expressão ‘Pessoas com Deficiência’.

HISTÓRICO

Os desafios enfrentados por essas pessoas surgem principalmente após um difícil período da história. Depois das duas grandes guerras mundiais, a mídia da época acostumou a sociedade com termos que fortaleciam o preconceito como “os incapacitados”, “indivíduos sem capacidade” e “pessoas com capacidade residual”.

Ao longo dos anos, outras palavras foram usadas para definir uma possível incapacidade deste grupo social. O primeiro Centro de Vida Independente, como um importante movimento na luta pelos direitos das pessoas com deficiência aconteceu em 1962, Estados Unidos.

ATUAÇÃO PASTORAL

O programa “Espaço Mulher”, da rádio 9 de Julho, falou, em 21 de setembro, com Carlos Campos, Coordenador da Pastoral da Pessoa com Deficiência da Arquidiocese de São Paulo.

Em sua participação, Carlos enfatizou a necessidade de que não sejam implantadas apenas leis de proteção, o que segundo ele já existem em bom número, mas, principalmente, políticas públicas de conscientização. Nesse sentido, a Pastoral é responsável por um fórum permanente sobre acessibilidade realizado na Vila Mariana. Na Região Belém, a luta acontece principalmente por mobilidade urbana.

Carlos falou também dos objetivos da Pastoral da Pessoa com Deficiência em São Paulo, como acessibilidade de comunicação, com a presença de interpretes da Língua Brasileira de Sinais em missas e outros eventos, audiodescrição, folhetos em Braille para deficientes visuais e também no processo de formação dos agentes de pastoral.

Além da evangelização, inspirados na Campanha da Fraternidade de 2006, que teve como tema “Fraternidade e pessoas com deficiência” e lema “Levanta-te, vem para o meio” (Mc 3,3), a Pastoral contribui com a socialização dessas pessoas de maneira integral.

O coordenador defendeu ainda a legislação de cotas para que profissionais com algum tipo de deficiência atuem no mercado de trabalho: “Nós vivemos em uma sociedade excludente. A cota garante o mínimo possível e permite a convivência. Quando você permite a convivência, esse preconceito, estereótipos vão sendo quebrados”.

“O senso do IBGE de 2010 diz que 24% da população tem algum tipo de deficiência, a cada quatro pessoas, uma tem. Muitas vezes, não vemos essas pessoas nas ruas, porque as famílias escondem, as próprias pessoas não participam de atividades que poderiam estar”, afirmou.

Para Carlos, a socialização e a integração estão relacionadas a um processo de todos os envolvidos. Por um lado, a pessoa com deficiência deve estar preparada para enfrentar os desafios diários e, por outro lado, os demais devem ser formados para receber esse público na sociedade.

ESPAÇO MULHER

Apresentado por Nice Passos, o programa “Espaço Mulher” vai ao ar de segunda-feira a sexta-feira, das 14h às 15h, na rádio 9 de julho, AM 1600kHz, e traz dicas de saúde, nutricionais e tudo que seja relacionado ao bem-estar e o dia a dia da mulher. O programa traz entrevistas e notícias de relevância. Também tem o quadro “Momento da Saudade”, com os sucessos musicais das décadas de 1930, 1940 e 1950.