No domingo, 22, Dia Mundial das Missões, os católicos de todas as partes do planeta foram convidados a refletir sobre a centralidade da missão na vida da Igreja. Como todos os anos, o Papa Francisco enviou uma mensagem para a data, que teve como tema “A missão no coração da fé cristã”.
“A missão da Igreja, destinada a todos os homens de boa vontade, funda-se sobre o poder transformador do Evangelho. Este é uma Boa Nova portadora de uma alegria contagiante, porque contém e oferece uma vida nova: a vida de Cristo ressuscitado, o qual, comunicando o seu Espírito vivificador, torna-Se para nós Caminho, Verdade e Vida (cf. Jo 14, 6)”, afirmou o Pontífice.
O Santo Padre enfatizou, ainda, que “a missão da Igreja não é a propagação de uma ideologia religiosa, nem mesmo a proposta duma ética sublime”. Segundo ele, “no mundo, há muitos movimentos capazes de apresentar ideais elevados ou expressões éticas notáveis. Diversamente, por meio da missão da Igreja, é Jesus Cristo que continua a evangelizar e agir; e, por isso, aquela representa o kairós, o tempo propício da salvação na história”.
Testemunho púbico de Cristo
Na homilia da missa celebrada na Catedral da Sé, no domingo, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano, também refletiu sobre o tema das missões. Ele destacou que a Igreja faz missão entre todos os povos de muitas formas por meio do trabalho dos missionários que partem e continuam a partir, mas também por meio de sua presença nas comunidades presentes entre os povos. Ainda segundo o Arcebispo, quando a Igreja defende a paz, o valor e a dignidade da pessoa humana, a vida, a justiça social, ela está fazendo missão, “para que o convívio dos povos também seja marcado pelo Evangelho de Cristo”.
“Hoje vocês saíram de casa para irem à Igreja como tantos fazem em todo o mundo. Isso é um testemunho de fé. Isso também é missão”, acrescentou.
O Cardeal ressaltou, ainda, a necessidade de se apoiar o trabalho missionário da Igreja das mais variadas formas, especialmente participando da coleta realizada no Dia Mundial das Missões com o objetivo de auxiliar as iniciativas missionárias da Igreja pelo mundo afora. “Por meio desse apoio, nós também apoiamos o trabalho dos missionários onde eles estiverem. Nós não estamos lá, mas estão outros que o fazem também em nosso nome”.
Paróquia missionária
Dom Odilo exortou as paróquias e as organizações eclesiais da Arquidiocese a recuperarem a vitalidade cristã e o ardor missionário. Nesse contexto, a celebração do primeiro sínodo arquidiocesano suscita novamente a reflexão sobre o papel das paróquias na ação evangelizadora da cidade em uma perspectiva missionária.
Em 2011, o Arcebispo dedicou sua primeira carta pastoral à Arquidiocese de São Paulo ao tema “Paróquia, torna-te o que tu és”.
“Queremos perguntar-nos, seriamente: como está a paróquia, a nossa paróquia? Conhecemos bem a realidade, pelo menos a realidade religiosa, de nossa paróquia? Há nela vazios, espaços ou situações não atendidas pela ação da nossa Igreja? Nossa paróquia chega ao final de cada ano, com as mesmas pessoas, ou pode constatar com alegria que novos sinais de vida foram despertados e foram integrados novos membros na família de Deus? Existem iniciativas para a formação do povo na fé, das crianças aos adultos? Nossa paróquia é animada por verdadeiro ardor missionário?”, questionou o Cardeal Scherer, na apresentação da Carta.
Dom Odilo destacou, ainda, que na paróquia se torna presente e se realiza a tríplice missão de Cristo – o anúncio da Boa Nova, a santificação da humanidade e o serviço pastoral – que é a razão de ser da vida e da ação de toda a Igreja e também de cada paróquia. “Jesus Cristo continua vivo e presente no meio daqueles que estão congregados em seu nome; e entre eles continua a exercer sua missão no mundo; não sozinho, mas contando com a participação de todos os seus discípulos missionários, aos quais concede a assistência do seu Espírito”.