PF desmantela quadrilha que explorava ouro em reserva indígena

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Draga de exploração ilegal de minérios na Amazônia é o fator principal
Publicado em: 08/05/2015 - 13:30
Créditos: Redação com Rádio Vaticano

A organização criminosa, que extraia ilegalmente da reserva dos índios Yanomami em Roraima, na fronteira com a Venezuela, cerca de 160 quilos de ouro e pedras preciosas por mês, foi desmantelada pela Polícia Federal nesta quinta-feira (07/05).

A quadrilha era formada por empresários, funcionários públicos, joalheiros, mineradores ilegais, pilotos de avião e proprietários de empresas autorizadas a negociar ouro. O rombo das operações ilegais é estimado em R$ 17 milhões mensais, sem contar os prejuízos ambientais e as ameaças à vida dos Yanomamis, uma das etnias mais isoladas da Amazônia.

Ganância

Chamou atenção dos investigadores o montante do prejuízo econômico para a União e a voracidade com que o ecossistema vinha sendo degradado pela atividade extrativista, que polui os rios com mercúrio e outros metais pesados, além da consequente destruição da fauna e da flora da reserva e da cultura Yanomami.

Cerca de 150 policiais federais de várias regiões do país deram cumprimento simultâneo a cerca de 313 medidas judiciais nos estados de Roraima, Amazonas, Rondônia, Pará e São Paulo.

Preservação

A próxima encíclica do Papa sobre o homem e a Ecologia deverá, provavelmente, abordar o tema da Amazônia. Enquanto relator final do Documento de Aparecida, em 2007, o então cardeal Bergoglio já destacaria a necessidade de dar atenção especial à região. Tanto que, durante a visita ao Brasil, em 2013, ao encontrar os bispos do país, Francisco recordou:

“Queria convidar todos a refletirem sobre o que Aparecida disse a propósito da Amazônia, incluindo o forte apelo ao respeito e à salvaguarda de toda a criação que Deus confiou ao homem, não para que a explorasse rudemente, mas para que tornasse ela um jardim.”