No dia 5, Arquidiocese de São Paulo celebrará a Solenidade da Dedicação de sua Catedral

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Nesta quarta-feira, 5 de setembro, a Arquidiocese de São Paulo comemorará o aniversário da Dedicação da Catedral Metropolitana Nossa Senhora da Assunção e São Paulo (Catedral da Sé).
Publicado em: 03/09/2018 - 17:45
Créditos: Redação

 

Às 12h, o Dom Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo, presidirá missa solene. Às 17h, será celebradá outra missa solene pelo Aniversário da Dedicação da Igreja-mãe da Arquidiocese, cuja função principal é glorificar a Deus e louvar especialmente a Assunção da Virgem Maria.

Segundo D. Odilo, em artigo de 2015, "a dedicação da Catedral diz muito daquilo que é a própria Igreja, reunida e pastoreada pelos seus legítimos bispos, com a colaboração dos padres. As muitas paróquias e comunidades de fé, que se reúnem em cada lugar de nossa Arquidiocese, estão unidas entre si pelos laços profundos da mesma fé, esperança e caridade e pela relação comum com seu bispo, sucessor dos Apóstolos, que as mantém unidas e as confirma no caminho de Jesus Cristo. Assim acontece em cada Diocese." 

Mais ainda, segundo o Cardeal Scherer, "a Catedral é a igreja-símbolo dessa comunhão e unidade dos fiéis em torno de Cristo, congregada visivelmente em torno do altar da Eucaristia, da Palavra de Deus, do bispo e dos padres. Por isso, na Catedral também são realizadas as grandes solenidades da Liturgia e da vida da Igreja local; nela, especialmente, o bispo ensina a toda a comunidade arquidiocesana, como guia e pastor; com ela e por ela, ele celebra nela os Sacramentos e o culto divino; na Catedral não se reúne apenas uma comunidade entre as tantas, mas é significada, de alguma maneira, toda a grande comunidade arquidiocesana de São Paulo."

 

História

Inaugurada em 25 de janeiro de 1954, por ocasião das comemorações do IV Centenário de Fundação da Cidade de São Paulo, a Catedral da Sé foi dedicada somente em setembro, durante o I Congresso Nacional da Padroeira do Brasil, realizado entre São Paulo e Aparecida. A dedicação foi feita pelo Cardeal Adeodato Givanni Piazza, que veio como enviado pontifício para o Congresso da Padroeira.

Com 111 metros de comprimento, 46 metros de largura e 65 metros de altura (com exceção das torres), a atual Catedral foi idealizada para substituir a antiga Igreja da Sé, de 1612, bastante deteriorada pelo tempo.

Construção

A pedra fundamental da Catedral da Sé foi colocada em 1912, pelo então arcebispo Dom Duarte Leopoldo e Silva. Sua inauguração estava prevista para 1922, durante a comemoração do centenário da Independência do Brasil. Porém, devido à falta de verbas e a ocorrência de duas Grandes Guerras que atrapalharam as importações dos materiais de construção, a Catedral foi inaugurada somente em 1954, pelo Cardeal Carlos Carmelo de Vasconcellos Motta, ainda que parcialmente concluída.

A construção da Sé desde o seu início foi muito difícil devido a suas proporções, pois tudo nela era grande. O projeto, de autoria do arquiteto Maximiliano Emil Hehl, previa que a mesma fosse construída em pedras. Para ser fiel ao projeto, foi adquirida uma pedreira a quatro quilômetros da estação de Ribeirão Pires. Além dos alicerces, as pedras foram utilizadas no serviço de cantaria, nas escadas e nas principais partes externas do templo.

Projeto

A Catedral da Sé passou pelas mãos de muitos engenheiros e arquitetos, mas o principal foi Maximiliano Hehl, que acompanhou a construção por apenas três anos, pois morreu em 1916. A construção passaria por outros arquitetos e também por algumas modificações no projeto original, tais como o mobiliário, os vitrais, a capela do Santíssimo.

Estilo

O estilo neogótico da Catedral é considerado peculiar, com seu aspecto eclético em estilos arquitetônicos. Nas colunas alçadas a 70 metros de altura, encontram-se elementos típicos da fauna e da flora brasileiras, como ramos de café, o tamanduá-bandeira, o tatu-bola, a coruja contrastando com grandes personagens do século XX, da história da Catedral e da história universal.

Órgão e sinos

O órgão foi fabricado em Milão e é o maior da América Latina, com 10.200 tubos. Está desativado desde 1999 e existe projeto em andamento para a sua reconstrução.

Já o carrilhão de sinos, localizado nas torres, é um dos maiores do País, com 61 sinos sendo 35 acionados eletronicamente. Passou recentemente por uma reforma geral e está em pleno funcionamento.

Restauração

O prédio passou por completa restauração entre os anos de 1999 e 2002: do piso às torres, passando pelas portas, pelo mobiliário e pelos 61 sinos. O prédio havia sido interditado em julho de 1999, quando um tijolo caiu do teto próximo ao altar. Passou por obras emergenciais, foi parcialmente reaberta em outubro de 1999 e novamente fechada em maio de 2000, com a aprovação do projeto de recuperação.

Restaurada, a Catedral ganhou 14 torreões, previstos no projeto original, elaborado em 1912 pelo arquiteto Maximiliano Hehl. Apesar das torres existentes, os torreões não haviam sido concluídos, apesar da inauguração da Catedral, em 1954.