Natal: crianças, refugiados e idosos na Mensagem do Papa Francisco

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<p>Mais de 80 mil pessoas estavam na Praça ouvindo a reflexão de Francisco.</p>
Publicado em: 25/12/2014 - 16:45
Créditos: Redação com Rádio Vaticano

 “Jesus, o Filho de Deus, o Salvador do mundo, nasceu para nós. Sim, irmãos, Jesus é a salvação para cada pessoa e para cada povo!”.
Estas foram as palavras iniciais da Mensagem de Natal de 2014 proferida pelo Pontífice na sacada central da Basílica de São Pedro, antes da tradicional Bênção Urbi et Orbi (à cidade e ao mundo). Mais de 80 mil pessoas estavam na Praça ouvindo a reflexão de Francisco.

As dramáticas realidades no mundo

Também nesta ocasião, o Papa chamou a atenção para a condição dos “nossos irmãos e irmãs do Iraque e da Síria, que há tanto tempo sofrem os efeitos do conflito em curso e, juntamente com os membros de outros grupos étnicos e religiosos, padecem uma perseguição brutal”

O Papa disse esperar que o Natal lhes dê esperança, assim como aos inúmeros desalojados, deslocados e refugiados, crianças, adultos e idosos, daquela região e do mundo inteiro; mude a indiferença em proximidade e a rejeição em acolhimento, para que todos aqueles que agora estão na provação possam receber a ajuda humanitária necessária para sobreviver à rigidez do inverno, retornar aos seus países e viver com dignidade.

Oriente Médio e África

“Que o Senhor abra os corações à confiança e dê a sua paz a todo o Oriente Médio, a começar pela Terra abençoada do seu nascimento, sustentando os esforços daqueles que estão ativamente empenhados no diálogo entre israelenses e palestinos”.

O Pontífice também se referiu a quantos sofrem na Ucrânia e pediu ao Cristo Salvador que dê paz à Nigéria, onde “mais sangue foi derramado e muitas pessoas se encontram injustamente subtraídas aos seus entes queridos e mantidas reféns ou massacradas”.

Em seguida, invocou a paz também para outras partes do continente africano, como a Líbia, o Sudão do Sul, a República Centro-Africana e várias regiões da República Democrática do Congo; pedindo aos que têm responsabilidades políticas que se comprometam, através do diálogo, a superar os contrastes e construir uma convivência fraterna duradoura.

Crianças como principais vítimas

Como sempre, o pensamento do Papa se dirigiu às “inúmeras crianças vítimas de violência, objeto de comércio ilícito e tráfico de pessoas, ou forçadas a tornar-se soldados, crianças abusadas, muitas crianças abusadas”.

“Meu pensamento hoje se concentra nas crianças assassinadas ou maltratadas, naquelas mortas antes de ver a luz, carentes do amor generoso de seus pais e soterradas pelo egoísmo de uma cultura que não ama a vida; também naquelas crianças desabrigadas por causa de guerras e perseguições, abusadas e exploradas sob os nossos olhos e o nosso silêncio cúmplice; e nas crianças massacradas por bombardeamentos, inclusive no lugar onde o Filho de Deus nasceu. Sobre o seu sangue, entrevemos hoje a sombra de Herodes”.

Francisco pediu que o Senhor dê conforto também às famílias das crianças que foram assassinadas na semana passada, no Paquistão; e que acompanhe todos os que sofrem pelas doenças, especialmente as vítimas da epidemia de ebola, sobretudo na Libéria, Serra Leoa e Guiné.

Neste sentido, Francisco também agradeceu todos os que estão trabalhando corajosamente para assistir os doentes e os seus familiares, renovando o apelo para que sejam garantidas a assistência e as terapias necessárias.

E no final, constatou, que “realmente, há tantas lágrimas neste Natal juntamente com as lágrimas do Menino Jesus”.  Antes de conceder a bênção, Francisco fez o pedido:

“Que o poder de Cristo, que é libertação e serviço, se faça sentir a tantos corações que sofrem guerras, perseguições, escravidão. Que este poder divino tire, com a sua mansidão, a dureza dos corações de tantos homens e mulheres imersos no mundanismo e na indiferença, na globalização da indiferença. Que a força redentora transforme as armas em arados, a destruição em criatividade, o ódio em amor e ternura”. 

Indulgência e bênção

Na sacada, para a bênção Urbi et Orbi e a concessão da indulgência plenária, o Papa teve a seu lado os dois Cardeais diáconos Franc Rodé (Prefeito emérito da Congregação para os Institutos da Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica) e Gerhard Ludwig Müller (Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé).