Cátedra da Família da PUC-SP organiza ciclo de eventos sobre família

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Primeiro encontro será mesa redonda que discutirá a visão do Papa Francisco sobre a Afetividade e a Sexualidade.
Publicado em: 24/08/2016 - 14:15
Créditos: Rodolfo Canônico

A Cátedra da Família da PUC-SP, em parceria com o Vicariato Episcopal para a Educação e Universidade da Arquidiocese, está promovendo o primeiro “Ciclo de Estudos Sobre a Família”, que ocorrerá ao longo do segundo semestre. O primeiro ocorrerá dia 29 de agosto, a partir das 19h30 na PUC-SP, e tem como tema “Afetividade e Sexualidade na ótica do Papa Francisco”.

De acordo com o Presidente da Cátedra da Família e professor de Direito na PUC-SP, Gilberto Haddad Jabur, a intenção deste ciclo de eventos é dialogar publicamente sobre os temas propostos pelo Papa Francisco na Exortação “Amoris Laetitia”. Ele aponta que o documento “é uma injeção de ânimo para essa discussão”, e lembra que é necessário superar o tabu envolvendo o debate sobre a família no ambiente público: “esse ciclo trará à comunidade esclarecimentos sobre temas delicados”. Parceiro na organização da atividade, D. Carlos Lema Garcia, Vigário Episcopal para Educação, lembrou que “faz parte da missão do Vicariato apresentar os ensinamentos da Igreja dentro de uma visão acadêmica” e reforçou a importância da presença da arquidiocese na difusão de conceitos fundamentais sobre a família por meio da participação nesses eventos.

Jéssica Soler, Diretora de Operações do Comunicação Aberta, instituição parceira que colabora na comunicação do evento, explica que o objetivo é atrair os jovens. “O Papa Francisco se comunica de forma simples, clara e efetiva, principalmente com a juventude. Queremos trazer essa simplicidade para a temática da afetividade e sexualidade”, pontua.

Além da presença de Dom Carlos Lema Garcia, a mesa do primeiro encontro será composta por Carmen Silvia Porto, diretora do Programa “Protege Teu Coração” no Brasil, e por Magna Celi Mendes da Rocha, doutora em psicologia da educação e assessora da Pastoral Universitária da PUC-SP, educadoras que trabalham há anos com o tema da formação afetiva dos jovens. As duas educadoras pretendem apresentar a sexualidade dentro do contexto da experiência afetiva. Para Magna, “sexualidade não é 

simplesmente o ato conjugal; ela diz respeito a todo o ser homem e o ser mulher”, sendo a sexualidade também uma forma de expressão da afetividade. “Sexualidade é ser homem e mulher em todas as dimensões: social, emocional, racional, transcendente e física”, concorda Carmen.

Ambas defendem que a harmonia na vida afetiva e sexual é fundamental para a realização pessoal. Carmen destaca a importância do autoconhecimento, que proporciona também o conhecimento do outro, para o relacionamento interpessoal, acrescentando que a busca por um equilíbrio afetivo e emocional é chave para uma vida feliz. Magna recorda que a afetividade não é um “detalhe” na vida, mas informa todos os nossos atos: “tudo que fazemos implica em vivências afetivas”.

O coordenador do Núcleo Fé e Cultura da PUC-SP, Francisco Borba, reforça a visão das educadoras: “é fundamental que tenhamos, na educação dos jovens e na constituição das famílias, uma visão integral e profundamente humana da nossa vida afetivo-sexual, capaz de ajudar a todos a serem mais felizes”. Ele destacou que há uma busca cada vez intensa pela felicidade no amor e no sexo, mas que muitas vezes é frustrada por respostas equivocadas, como a ideologia de gênero, que “parte de uma justa reivindicação de respeito a todas as pessoas para se perder nessa busca pela realização afetiva de cada um”.

Para D. Carlos, este evento possibilitará “aprofundar o enfoque extremamente positivo que o Papa Francisco vem trazer sobre a alegria do amor, sobre o sentido positivo do amor humano, sobre a missão fundamental da família para a formação e educação de cidadãos exemplares, bem como a família como agente evangelizador, dentro do âmbito eclesial”. Jabur concorda, e destaca seu desejo de fazer com que essa mensagem chegue especialmente ao público universitário: “é preciso que os jovens tenham essa informação”.

Publicado no Jornal O SÃO PAULO, 3116/ 24 a 30 de agosto de 2016